"No ano de 1949, uma turma de trabalhadores da Companhia Imobiliária Atlântica, uniram-se com a rapaziada que morava ali no fundão do Marapé, com a finalidade de criar uma agremiação de esporte e lazer para as famílias do local.
A idéia com o tempo foi ganhando consistência, devido às peladas de rua que diariamente acontecia após o expediente de trabalho. Essas peladas eram realizadas na Avenida Moura Ribeiro, junto à subida do Morro da Nova Cintra, onde hoje passa o canal.
Foi assim que no dia 08 de maio de l949, um grupo de amigos formado pelos senhores: Antonio de Almeida, Álvaro de Andrade, Álvaro Dias, Abílio Ferreira, Jair Agostinho Tostes, Armindo Fernandes, Antonio Simões, Cláudio Ferreira. José Joaquim Fernandes e outros se reuniram na casa do Sr. Joaquim Andrade Jr. localizada no Morro do Marapé- Ligação 4, formaram uma chapa única para a fundação da agremiação, a qual batizaram com o nome de Vila Atlântica Futebol Clube. Vários assuntos foram pautados como: valores das mensalidades, cores da agremiação, a constituição da primeira diretoria que ficou assim composta: Presidente Antonio de Almeida; Secretário Álvaro Dias; Tesoureiro Álvaro de Andrade; Diretor Esportivo Abílio Ferreira e Diretor Social Antonio Simões.
Para a escolha das cores criou-se uma polêmica em função das preferências de orintianos, são paulinos e palmeirenses e, como não havia nenhum torcedor do Juventus decidiu-se, então para não haver confusão, pelas cores grená e branco.
Quanto ao escudo somente após três dias da fundação é que por sugestão do Sr. Mauro Francisco Calhau o distintivo baseou-se na estrela da Texaco, distinguindo-se apenas pela inclusão de uma bola de futebol ao seu centro.
As atividades do clube aquela época restringiam-se às partidas de futebol que se realizavam aos domingos à tarde no campo do Sul América ao pé do morro. E como era hábito naquele tempo, quase sempre a delegação era acompanhada de moçoilas chefiadas pela madrinha do clube que abrilhantavam as excursões. Nos domingos à noite aconteciam os bailinhos na padaria Nova Era, no salão do Bar Madeira e no chalé do tio Leonel e, às vezes na Humanitária. Já os festivais de aniversário se davam na casa do tio Maneco, com festas juninas, onde se formavam as quadrilhas, pulavam a fogueira, enfim uma felicidade só."
Já em minha fala, quero enaltecer o trabalho que me foi apresentado por Álvaro de Andrade, o Né. Simplesmente espetacular o carinho e o zelo como eram tratados os jogadores e a própria administração do Vila Atlântica. A forma de sua apresentação facilitou e muito esta publicação. Portanto, está de parabéns o Né preocupado em deixar registrado nos anais da história da várzea de Santos o seu clube de coração. |