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Seu avô, João Osório da Fonseca, juntamente com seu pai, Durval Osório da Fonseca, foram cooperativistas e mutualistas dos mais conceituados, não só pela integridade, mas também pela capacidade de trabalho. Sempre serão lembrados por suas condutas ilibadas e pelo espírito vanguardista na elaboração de planos engenhosos, a frente da Associação Predial Construtora.
No entanto, João Ozório, embora tenha sangue nobre, é um sujeito totalmente despojado da frescura aristocrata, um amigo e camarada a toda prova. Com certeza, herdou dessa estirpe a honradez que o tornou, mesmo sendo brincalhão e irreverente, um cara bastante respeitado, tanto que quando alguém estava em dúvida quanto ao caráter de uma pessoa, bastava chamar o João, que só pelo olhar já definia se o indivíduo era ou não vagabundo, termo este que se tornou um chavão todo seu. Aliás, não conheci ninguém nesta vida que entoasse tão bem quanto ele esta palavra. E ele o fazia com maestria o seu tão peculiar “vaaagaaabunnndo”.
João, embora de físico franzino, sempre foi valente como ele só. Não houve uma canela, sequer, no futebol que não tivesse a sua marca. Batia pra valer.
Outra façanha foi ter sido o precursor do futebol de salão santista, junto com os amigos do Clube Internacional de Regatas: Tarô, Passaroca, Gilberto Sérvulo da Cunha, Décio Pintado, Ermenegildo Alcântara, Miguelito e Paulo Ramalho. No início, só disputavam partidas amistosas com clubes de São Paulo, até surgirem outras equipes como o Tumiaru, Santos F.C., São Vicente Praia Clube e Clube Porteira Fechada. Segundo João, parece que futsal surgiu na ACM -Associação Cristã de Moços, na cidade de São Paulo.
Nas veias da família Fonseca corre o sangue esportivo, já que os irmãos: João, Marcelo, Haroldo e Durval, foram excelentes jogadores. Com certeza, serão enquadrados no meu link "Manos da Bola" - clique aqui -.
Iniciou sua carreira futebolística em 1944, jogando pelo Ginásio do Estado (hoje Colégio Canadá), depois pela Farmácia Mauro, Juvenil do Santos F.C., Vasquinho, da Alexandre Herculano, Palmeiras do Milton Teixeira, na Rua Brás Cubas com a Rua Henrique Porchat, Inspetoria Geral,. junto com Ronaldo Giangiulio, e a Casa Santos. Acabou treinando com o velho Papa, no Jabaquara, e, definitivamente, não sabemos se desistiu ou foi desistido.
No futebol de praia jogou pelo Apolo e no futsal defendeu as cores do Clube Internacional de Regatas.
Seu esporte preferido sempre foi o judô, tanto que, para seu regozijo próprio, o filho, Frederico Maia Guimarães, seguiu os seus passos e hoje é um colecionador de medalhas, além de administrar sua própria academia, em Serra Negra.
Gozador como ele só, foi o autor, pela turma do Atlântico, de uma das mais irreverentes brincadeiras surgidas no bairro do Gonzaga, em 1960: o troféu “Bigolim de Ouro”, que premiava os “fanchonas” do bairro.
Inspirado por idéia tão original, decidi escrever uma matéria muito interessante, intitulada “Frenesi dos Paqueras”, onde conto muitas peculiaridades sobre uma década revolucionária e muito marcante da minha vida, a ser publicada brevemente.
Abraços do Gigi |