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A frase cunhada (Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo) pela torcida corintiana após queda para a série B do Campeonato Brasileiro em 2 de dezembro em 2007 foi de uma profundidade sem tamanho.
Por muitas vezes refleti sobre o assunto. Para quem poderíamos dizer sem deixar sombra para a dúvida: “Eu nunca vou te abandonar“.
Para a esposa ou marido?
Mas se um deles provocasse a humilhação em público? Você manteria a relação?
Para os seus pais? Mas se caso estes, o rejeitasse ? O que faria?
Ah, podia ser para um amigo ou irmão? Mas caso este laço fosse estremecido por causa de um roubo financeiro. E aí, qual seria sua atitude?
Pois bem, a torcida corintiana sofreu com tudo isso. Foi humilhada, rejeitada, roubada e muitas outras coisas por antigos dirigentes do time do Parque São Jorge. Não precisou de craques para voltar aos estádios, porque ela, de fato, nunca abandonou o time. Nem à época do rebaixamento, um amor sublime. Igual ao de mãe para filho.
Quando o corintiano canta nos estádios: “ Corinthians, Corinthians minha vida, Corinthians minha história, Corinthians meu amorrr”, ele não está mentindo.
O Corinthians para o corintiano é como se fosse um “órgão” a mais em seu corpo,sem o qual não viveria. Pois ali, estão as suas vitórias, suas memórias de família misturadas à do time.
No campo de futebol suas frustrações da vida cotidiana são expurgadas e as vitórias do alvinegro do Parque São Jorge são comemoradas como pessoais.
E quer saber? É ótimo.
E sempre foi assim.
Em 13 de maio de 2001, tinha um amigo que era apaixonado por uma moça belíssima.
E há dias, ele estava combinando de saírem juntos. Mas a “gata”, queria bater um papo “bem legal” no horário da semifinal do Campeonato Paulista entre Corinthians x Santos.
O meu parceiro, tentou de todas as formas adiar o encontro para depois do confronto entre os alvinegros. Mas ela não aceitou a situação e piorou quando descobriu que era por causa de futebol. E sepultou qualquer pretensão de relacionamento entre eles.
O amigo corintiano ficou arrasado. Restou-lhe o jogo. Bastava um simples empate para os santistas chegarem à final do Paulistão. A partida foi corrida, corintianos e santistas perderam penalidades máximas no decorrer do embate.
A equipe da Vila Belmiro abriu o placar, com Renato. Marcelinho Carioca empatou posteriormente. Este resultado levava o Peixe a final. Mas aos 48 minutos do segundo tempo, Ricardinho, meia corintiano, acertou um “chutaço” no canto direito de Fábio Costa, arqueiro da equipe eternizada por Pelé, que levou o Timão à final da competição.
A felicidade do meu companheiro foi tão grande, que ele esqueceu a decepção com a moça e saiu à caça naquela noite. Cheio de confiança, com a certeza de que encontraria uma nova paixão, motivado pela superação corintiana nos gramados.
E se deu bem!
Conheceu uma morena espetacular.
Dançaram por quase toda noite de rosto coladinho.
No final, indiscretamente me confidenciou que teve uma noite de amor alucinante com a garota.
E disse que ela cobrou um preço bem baratinho.
Ednilson Valia
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