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Casa Grande & Senzala é provavelmente o livro mais importante do antropólogo Gilberto Freyre. No livro, Freyre expõe minuciosamente a estrutura da sociedade brasileira, fazendo uma analogia da importância da Casa Grande e também da Senzala.
Para o sociólogo, tudo o que havia na propriedade do “homem branco”, inclusive os escravos, era de sua propriedade inalienável. Este prólogo é para fazer um comparativo entre Lula e o Corinthians.
Este ainda é um comportamento usual entre alguns brasileiros. São pessoas do convívio, amigos queridos, parentes em que estes traços são personalizados.
Essa herança histórica, quase genética, ainda é muito evidente no Brasil. E não é por maldade ou ausência de caráter. É simplesmente porque não aprenderam de outro jeito.
Já repararam que as pessoas que são muito críticas ao Presidente Lula não usam critérios para avaliar o seu governo. Destas, 90% não citam o “Mensalão”, a saúde pública ou a distribuição de renda da administração do petista.
São maledicentes, o chamam de apedeuta, acreditam que o ofendem ao denotá-lo como nordestino e invariavelmente ele é proclamado como vagabundo, sem-dedo e até de barbudinho safado.
Nunca conseguiram observar uma virtude.
E com o Corinthians não é diferente; há um ódio muito parecido e relacionado. A torcida alvinegra é formada em sua grande maioria pelas camadas mais humildes da população.
Quando a equipe do Tatuapé obtém uma vitória ou comemora um título em qualquer esfera, quantas vezes você ouviu de alguém em tom de brincadeira:
- Hoje tem festa na favela!
- A conquista do Corinthians diminuiu muito o roubo de carros na capital paulista…
- Podemos ter rebeliões nos presídios: o Corinthians foi campeão.
- O Corinthians sempre ganha roubado.
É o complexo da Casa Grande & Senzala. Os tais “senhores escravagistas” ainda deixam seus traços na sociedade brasileira.
Eles são incapazes de ver alguém de uma condição inferior economicamente, ou que eles julguem de uma condição social menor, que possa progredir.
Exemplos claros são Lula e Corinthians.
É preciso extirpar esse ranço de ódio e preconceito nas pessoas.
E é claro que não são todos. E que há corintianos que odeiam o Lula e que existem lulistas que detestam o Timão. Mas que, nesses casos, o sentimento deprimente é representado de outras formas.
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