Após os tristes acontecimentos no clássico São Paulo e Corinthians do dia 15 de fevereiro de 2009, republico a coluna escrita no dia 11 de julho de 2007.
Há como avaliar o amor de um torcedor pelo seu time? Existem métodos para distinguir o que sente um torcedor do outro? O cidadão que comparece a todos jogos do seu time, ama mais o seu clube do que aquele que não deixa de escutar ou assistir um jogo do mesmo há dez anos? O torcedor organizado que sabe todos os “cantos” agrega mais valor do que aquele que se emociona ao ouvir o hino do clube?
O “amor” é difícil de ser definido e quantificado, até porque ainda não foi inventado o “Torcedômetro”, um aparelho para avaliar a identificação, o amor e o comprometimento de cada um com o seu time.
Claro que existem exceções, pessoas que realmente adotam o seu time como “religião” e o colocam como prioridade em todas as ocasiões de suas vidas. Trabalham com alguma coisa que o deixem perto desta “paixão”, viajam e suas agendas são destinadas aos compromissos do “seu” clube.
No contraponto surgem os “torcedores” travestidos. Estes usam uma paixão comum a muitos para se manifestar de forma violenta e perplexa com palavras indescritíveis, com cânticos de guerra, além de invariavelmente depredar o patrimônio alheio. Existem aqueles que por timidez ou qualquer outro problema emocional usam o futebol para sua emancipação, sair do ostracismo, usando discursos coléricos, negligenciando fatos relevantes e usurpando sua “verdade” como interessar. Nestes dois casos, não existe a famigerada “paixão” pelo time. O futebol é usado como artifício para aflorar uma personalidade desoladora e deprimida.
O amor pelo time é homogêneo quando a referência é a massa de torcedores. Assim podemos diferenciar os vários grupos pelos times do Brasil. Mas, quando o assunto é o torcedor único, este amor é heterogêneo. Isto devido a inúmeros motivos, que variam entre a identificação com o momento da equipe, a vida pessoal e a disponibilidade financeira, fora outros quesitos não relacionados.
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