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Meio assustado, atendeu o chamado e lá encontrou o tal “velho”, que depois descobriu tratar-se do treinador dos amadores do Jabaquara A.C, que o convidou a comparecer na sede do clube, na rua Frei Gaspar, no centro de Santos.
Na segunda-feira, o esperado encontro aconteceu. Ali, Luizinho passou a conhecer melhor o “velho”, que era conhecido e chamado nos meios desportivos da cidade por “Papa”. Tratava-se de um homem muito sério e falante, mas, também desbocado e, às vezes, brincalhão. Dois ou três jogos-treino realizados em pouco mais de uma semana, e Luizinho era inscrito como atleta amador do Jabaquara A.C, para disputar o campeonato infanto-juvenil de 1956.
Meses depois, o velho Papa, cujo nome era Arnaldo de Oliveira, deixou o Jabaquara A.C, e foi dirigir os amadores da A. A. Portuguesa, levando consigo um bom número de atletas amadores, inclusive o “Luizinho”. Este começou a jogar pela Portuguesa, em 1957, quando tinha 16 anos de idade, e foi campeão juvenil-aspirante, nos anos de 1957, 1958 e 1959, tendo sido tricampeão juvenil-aspirante da cidade.
Em 1959, foi lançado no time de profissionais por Filpo Nunes, num sábado à noite, quando a Portuguesa venceu o XV de Novembro de Jaú, por 3 X 0, tendo ele feito o 3° gol. Luizinho atuou, nos anos de 1958 e 1959, no time juvenil do Grêmio São Luiz, do Colégio Santista, que não disputava campeonatos oficiais, e por isso era integrado por jogadores juvenis da A. A. Portuguesa, do Jabaquara A. C. e do Santos F. C. Estes jogadores eram selecionados pelos treinadores Danilo Aniceto e Arnaldo Alves (o Redondo), a fim de disputarem torneios não-oficiais e partidas amistosas, notadamente, nas preliminares dos jogos em que o grande Santos F. C. realizava em suas dependências nos anos de 1958 e 1959, no Estádio Urbano Caldeira, contra Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Vale registrar que numa dessas partidas amistosas, o Grêmio São Luiz venceu a Seleção Paulista Juvenil, que era dirigida por Canhotinho, ex-jogador do Palmeiras, por 3 X 2. Luizinho não se lembra, jogando pelo Grêmio São Luiz, de ter perdido um jogo sequer. Na várzea santista, onde se jogava descalço, Luizinho, quando tinha oportunidade, mesmo já sendo atleta profissional, costumava atuar pelo time do “9 de Julho”, do bairro da Vila Belmiro, divisa com os bairros do Marapé e Campo Grande, onde ele nasceu, foi criado e viveu a sua juventude.
Luizinho colou grau em ciências jurídicas e sociais, pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos, em 1974, quando passou a exercer a advocacia. Fez curso de pós-graduação, em nível de mestrado, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo de São Francisco), concluindo em 1978. Lecionou Processo Civil, por 18 anos, na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos (1985 a 2003).
Embora hoje, aos 67 anos de idade, esteja aposentado, ainda exerce a profissão. Atualmente, reserva boa parte do seu tempo para o lazer, dividindo entre viagens e esportes, particularmente o futebol. Como amante e apreciador da música popular brasileira, desde a sua juventude, participa quase sempre de rodas de sambas, choros e serestas.
É esse, em resumo, o histórico de Luiz Simões Polaco Filho, o Luizinho. A sua vida como atleta de futebol profissional compreendeu o período de 1959 a 1969. Um dos seus seus grandes feitos foi ter sido vice-campeão catarinense jogando pelo Clube Náutico Almirante Barroso de Itajaí, que hoje não existe mais. O outro foi integrar a seleção catarinense que disputou o campeonato brasileiro de seleções em 1963, tendo sido considerado pelos jornais de Florianópolis – SC -, como “o dono da bola do futebol catarinense”, naquele ano.
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