Para ter uma idéia, antigamente, os jogos de futebol de praia tinham muita assistência e quase sempres as laterais eram demarcadas pela própria torcida, e quando não, invariavelmente, um ponta desses era arremessado por cima do pessoal que ficava à margem da lateral.
Eu mesmo, quando ainda o Náutico PC praticava o futebol de praia de forma lúdica, fui cassado por ele me deixando no estaleiro diversas vezes.
Um fato marcante e inusitado foi numa partida beneficente no ano de 1960, realizada na Vila Belmiro, no campo do Santos F.C., entre o Clube XV e o Tênis Clube. Nós jogávamos pelo XV e num lance infeliz de minha parte, Lula Carvalho acabou fraturando o braço. Isso fez com que revoltasse todo o time do Tênis Clube que partiu para cima de mim e, eis que surgem Ponão e seu irmão Poninha, empunhando em suas mãos as chuteiras pelo cadarço, girando como boleadeiras tal e qual dois autênticos gaúchos, no que acabaram me protegendo. Esta partida foi memorável, pois terminou com nada menos de três fraturas e duas luxações.
Vale destacar a presença de Zuza, nosso querido e saudoso governador "Mário Covas", que por sinal foi politiqueiro até mesmo em campo, pois reivindicava seus "direitos" em cada dividida enlouquecendo a arbitragem.
Ponão com seus "setenta e lá vai pedrada", ainda esbanja vigor e uma disposição invejável para o esporte, tanto que pratica até hoje o futebol com a turma do Samburá Praia Clube, e o voleibol na barraca de praia, mostrando um físico dos mais privilegiados. Fora de campo um amigo exemplar e um professor de física muito querido pelos seus alunos.
Isto prova toda a sua valentia e o porquê" arrepiava" os pontas, pois era nada mais que testes para comprovação de sua tese de doutorado: "Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo”. |