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Rubinho praticou voleibol, sendo campeão mineiro pelo Atlético, o Galo, no final da década de 40. Certa vez, em uma partida amistosa seu time derrotou o timão do Santos Futebol Clube que tinha em suas linhas: Oscarzinho, Janca, Felipe, Paulo Gordo, Mena, Ribeirão, etc. Mas, foi no basquete onde se realizou, transformando-se num excelente pivô.
Começou jogando no Palestra Itália, hoje Cruzeiro, transferindo-se posteriormente para o Atlético Mineiro. Mudou-se de Belo Horizonte para Santos, no início dos anos 50, para defender as cores do Santos F.C., ocasião em que foi morar na pensão do Molina, avô dos irmãos Waldir e Walter Demônio. Dividiu um quarto com Francisco Ferreira Aguiar, o Chico Formiga, que também havia chegado recentemente de Minas Gerais.
Nesta época, acabou reencontrando um velho conhecido do Atlético Mineiro que havia jogado no Botafogo do Rio de Janeiro, e estava sendo contratado pelo Santos F.C., o Carlyle Guimarães, que o fez relembrar de um ataque famoso do Galo formado com: Lucas, Lauro, Carlyle, Lero e Nívio. Afirmou ainda que o Carlyle foi o primeiro jogador a debochar de um time adversário sentando na bola, caso idêntico acontecido também em Santos com o nosso saudoso Vasconcelos, que sentou na bola em uma partida contra o Corinthians (pra variar!).
Assim que chegou a Santos, Rubinho empregou-se na Internacional de Transporte Ltda, que pertencia ao Grupo Jaffet, onde fez carreira chegando até ao cargo de tesoureiro.
Acabou fazendo parte do chamado dream time da época, do Santos F.Clube, ao lado de Lauro Soares (pai do Márcio Delfin, gerente comercial e de marketing do jornal A Tribuna de Santos), Oduvaldo Otaviani Bernis (Duda), os irmãos Márcio e Francisco Cunha, Gilberto de Moura Costa (Baiano), José Barbosa, Pedro Vicente da Fonseca ( Pecente) (este que logo se transferiu para Piracicaba a pedido de seu amigo vicentino o Wlamir Marques), Noé Masch, Baeta da Costa (Baldonedo), Russo e Juarez, todos sob o comando de Ayerton José de Araújo, o Fumanchu.
Participou de vários Jogos Abertos do Interior fazendo parte da hegemonia que a cidade de Santos manteve por quase dez anos consecutivos na condição de campeã. Um verdadeiro colecionador de títulos.
Uma de suas glórias foi quando o treinador Kanela o convocou para a seleção brasileira que disputou as Olimpíadas de 48, em Londres. Mas, como tinha apenas 17 anos de idade seu pai o proibiu de viajar.
Outro caso de satisfação pessoal foi quando jogou pela seleção de Santos e enfrentou o famoso time americano dos Globetrotters, no ginásio do Clube Internacional de Regatas. Foi ai que sentiu, pela primeira vez, o que é levar um chocolate. No entanto, lembrou que um de seus ídolos havia agradado e muito os gringos, o Pecente.
Lembrou-me também de um fato interessante acontecido em um dos Jogos Abertos, sediado pela cidade de Jundiaí, no qual a seleção santista entrou na quadra e o público revoltado atirou centenas de peixes em sinal de protesto contra a atitude da seleção vicentina que, na estréia dos jogos, havia abandonado a quadra inconformada pela má arbitragem.
Contou-me ainda que certa vez jogando em Ribeirão Preto, na inauguração do ginásio Cava do Bosque, que tinha no apito o melhor árbitro do basquete nacional, o Renato Righeto, foram obrigados a aceitar a parcialidade do juiz pela tremenda pressão da torcida local.
Um fato que o decepcionou foi quando fez de tudo para que seu amigo Plutão, do Atlético Mineiro, viesse jogar também no Santos F. Clube. Infelizmente, como houve denúncia à Federação Paulista de Basquete de que Plutão havia sido profissional, este acabou por ser seu técnico. O mais triste foi que, logo no primeiro jogo, Plutão o deixou no banco de reservas sendo substituído por Telmo que no seu primeiro lance, por incrível que pareça, atordoado acabou por fazer uma cesta contra o seu próprio time. Pelo visto Rubinho era bom de mandinga.
Segundo ele, os melhores jogadores de basquete que viu jogar foram: Wlamir, Pecente, Angelim, Algodão e Paula Motta. |