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Esta é a história de mais um pupilo do velho Papa. Aristides Ribeiro, mais conhecido como Russo, nasceu na Rua Visconde do Embaré, em Santos, no dia 15 de outubro de 1924. Seu primeiro contato com uma bola de borracha foi nas peladas que se realizavam nas ruas Caiubi e Cristiano Otoni, no antigo bairro Chinês.
Em virtude disto, levou muitos sopapos dos pais até que, aos 12 anos, começou a trabalhar num escritório de contabilidade, onde ficou até os 18 anos, formando-se como perito contador, pelo Liceu Coelho Neto, na Rua Braz Cubas. |
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Aos 15 anos, foi convidado para jogar no infantil do time de Laurindo Vaz, hoje advogado e seu grande amigo. Juntos foram campeões por diversas vezes. O campo ficava na esquina da Rua Carvalho de Mendonça com a Rua Bernardino de Campos.
Por suas grandes atuações, acabou sendo convidado para no jogar no juvenil do Papa, conhecido como Juvenil Aliança, disputando pela primeira vez a Liga Amadora de Santos. Como havia poucos times disputando a Liga, no intervalo desses campeonatos jogava-se pelos clubes da várzea. No campeonato seguinte, seu time, o Aliança, acabou indo para a final contra o Santos F.C. jogando no campo da A.A. Portuguesa Santista, onde foram derrotados pelo placar de 2x1, ficando como vice-campeão.
Não podendo mais jogar no juvenil por ter completado 18 anos, Papa o levou para o aspirante do Jabaquara. Quando da sua estréia nesta categoria, numa partida contra o E.C. Corinthians Paulista, foi preterido por outro jogador em virtude da insistente reivindicação que Papa fazia a seu favor. Fato este que o aborreceu muito, fazendo com que abandonasse o profissionalismo e voltasse para a várzea.
Passados dois meses, agora de cabeça fria, aceitou o convite de seu amigo Henrique, do Jabaquara, para jogar no Espírito Santo do Pinhal, mas o destino lhe pregava mais uma e fez com que retornasse para Santos, devido a um problema de saúde grave com seu pai, que logo veio a falecer.
Como necessitava trabalhar, acabou jogando no time amador do Santos F.C. onde após um ano de contrato foi liberado. Desconsolado, voltou de novo para a várzea jogando pelo Clube Atlético Lanus, da Vila Matias, onde fez parte de um timaço. Por ter sido campeão teve o direito de disputar o Torneio dos Campeões da Liga de Futebol Amador de Santos, indo para a final com a A.A. Portuários e sagrando-se Campeão dos Campeões. Após o título, o grupo foi se dispersando e, como o trabalho lhe exigia muito, acabou indo jogar por recreação no Faísca de Ouro e, posteriormente, no Caiubi, onde acabou sendo campeão varzeano novamente. Já com 24 anos, casado e com a primeira filha, foi gradativamente abandonando o futebol.
Dentre as muitas curiosidades acontecidas no decorrer de sua vivência com o futebol, uma se fez notória. Foi quando de uma excursão do Faísca de Ouro à cidade de Ribeirão Pires, para jogar contra um time varzeano local. Já passavam dos 45 minutos finais e o placar estava 1x0 para o Faísca e o juiz nada de terminar. Foi quando Russo recebeu uma bola dentro da área adversária, pisou nela, olhou para ela e a ergueu na altura da cintura do zagueiro dizendo para ele apanhá-la que estava furada. O ingênuo beque, sem pensar, segurou-a com as mãos e o juiz veio correndo e apitou o pênalti. Mas, assim que o pênalti foi marcado, o time adversário inteiro saiu correndo atrás dele que acabou sendo salvo pelos companheiros. Voltaram vitoriosos. |