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Já de longa data havia me constrangido com o comportamento de atletas profissionais em desrespeito aos princípios éticos e morais no exercício de sua carreira.
Passou na verdade a ser utópica a expectativa de que hoje possa existir algum resquício amadorístico por amor à camisa. Mesmo porque, a barreira da desconfiança, entre ambas as partes, sempre existiu nos desmandos daquele que contrata contra a indolência do contratado.
No intuito de harmonizar e disciplinar este relacionamento, criou-se a Lei Pelé com a finalidade de conscientizar o contratante de sua responsabilidade como empresa e uma maior liberdade de negociação para o contratado (pelo menos era esta a filosofia do legislador).
Mas, no entanto, surgiu um novo personagem que se configura como tutor com uma personalidade mais marcante e que acaba por deturpar determinados conceitos.
Deveriam sim, focar mais a carreira do jogador e não só pensar em sua ascensão financeira. E, conseqüentemente, os jogadores se sentem mais “garantidos” sobre a égide da conquista, não do caneco de ouro, mas sim do “pote de ouro”, ignorando por completo conceitos morais de conduta e comportamento.
Sei também que predestinados a uma sorte maior, ainda em suas categorias de base, já usufruem quantias proporcionalmente absurdas e que acabam por criar o desinteresse de uma escolaridade melhor. Portanto, repito e insisto que devem se preparar para o amanhã com estudo adequado para que não firam certos princípios e tenham capacidade para gerir os seus próprios negócios, se livrando da dependência e ganância de seus pretensos tutores.
Isto tudo porque a imagem daquele que nos fez acreditar, num passado mui breve, de que seria um novo ídolo, já nos antipatiza e nos faz crer que a esperança foi em vão.
O acontecimento recente é a prova mais viva de tudo que afirmo acima. O Real Madrid acaba por experimentar do próprio veneno.
Quando da saída de Robinho do Santos F.C., abusando de sua privilegiada situação financeira, bancou a estratégia do então procurador Wagner Ribeiro para que rompesse um contrato. E agora, extrapolando todo e qualquer interesse de um futuro mais promissor para seu “tutelado”, acaba empurrando-o de vez para o obscurantismo. Ato tão imponderado que faz denegrir ainda mais a imagem, já desgastada, do atleta tupiniquim.
Tomara, pois ainda me encontro crédulo que Robinho venha reconhecer a sua arrogância e prepotência e dê a volta por cima fazendo reviver toda a ingenuidade e irreverência do seu futebol.
A carapuça, talvez, sirva para alguns de nossos atletas e, para confirmação e coincidência dos fatos acima relatados, apenas vejam a classificação do futebol brasileiro no ranking da Fifa: 6º colocado.
Abraços do Gigi
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