Este é um assunto que requer um estudo muito apurado em face de sua complexidade. Partindo-se de uma premissa: “Paga-se bem, exige-se o melhor” é o que os clubes de futebol cobram de seus atletas exigindo uma conduta disciplinar super rigorosa.
No entanto, para tentar compreender melhor o elucidado vou dar conhecimento da rotina de um jogador de futebol nos dias de hoje:
Jogo no domingo, reapresentação na 2ª. feira às 15,30h, concentração 22,30h ; 3ª. feira, treino às 9h, retorno concentração as 13,30h; Jogo na 4ª feira às 21,50; 5ª. feira reapresentação às 15h; 6ª. feira treino às 9h e concentração logo após o término, entremeio viagem ou não para o jogo do próximo domingo.
Portanto, em suma, o horário de expediente para atender as suas necessidades pessoais, como qualquer outro cidadão, está restrito às 2ªs. e 5ªs. feiras na parte da manhã, sendo que ainda neste pequeno espaço de tempo tem que atender a “infiel” mídia que em certa hora o torna um expoente, e quando deixa de ser manchete busca, na função de paparazzi, fatos da vida pessoal no intuito de criar sensacionalismo, se portando como uma autêntica “imprensa marrom”.
Veja o acontecido com o jogador Paulo Henrique Ganso onde toda a mídia numa atitude infame e desrespeitosa invadiu sua privacidade e divulgou fatos contra sua própria vontade, dos quais me nego peremptoriamente reproduzi-los.
Notem, portanto, o quanto é difícil para um garoto de 18 anos com toda vitalidade que lhe é peculiar se submeter a um regime de concentração. Aliás, palavra essa que deveria ser eliminada do nosso dicionário pelo o que nos lembra de um passado sombrio e não muito distante, o da 2ª Guerra Mundial ,quando os alemães criaram os campos de concentração para extermínio de um povo.
Além do que, não nos esqueçamos, disputam sob pressão, e em razão do seu grato desempenho, não resta dúvida alguma o quanto é desgastante a sua atividade sob esse regime. Portanto, o porquê da dificuldade de ser rude com os meninos no seu mínimo tempo de ressaca ou de resguardo.
Outro ponto importante a ser considerado é o fato de muitos jogadores que embora com espírito desportivo e habilidade não se associam a imagem de um atleta responsável pelo quanto é difícil encarar aquela disciplina. Talvez tenha sido este o motivo pelo qual o jogador Adriano fez o que fez.
Sei que muitos retrucarão fazendo parâmetro com o mercado de trabalho comum, sobre o fato de que eles ganham verdadeiras fortunas e o que fazem nada mais é do que cumprir com suas obrigações seja sacrificante ou não.
Portanto, para se fazer um pré-julgamento, deve-se levar em consideração o regime de concentração, a tabela cheia, o árduo condicionamento físico, além do assédio insano da mídia sobre os jogadores que acaba gerando atritos e fomentando provocações entre os disputantes.
Abraços do Gigi
|