Giorgio Ferroni a esta altura deve estar lisonjeado no seu descanso eterno por estarem parodiando sua obra “O Dólar Furado” (que atualmente, por ironia, literalmente furado). O enredo não foge muito à realidade de hoje onde alguém descobre que a pessoa de sua confiança ou querida não presta. Choque dos mais comuns nas sociedades modernas.
O último acontecimento, digo último porque a cada minuto acontece uma nova façanha que se faz presente a nossa vista através de uma mídia sedenta de ibope, o assassinato da juíza de direito da cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, deixa bem claro que nesta luta estamos perdendo por larga contagem para a bandidagem.
E o que mais assombra são as manifestações hipócritas oriundas de todas as camadas, num rompante de pouca lucidez, principalmente aquelas advindas da sua própria estirpe. Ela apenas fez cumprir a sua obrigação na manutenção da própria lei como um trabalho qualquer.
Ela é tida sim como heroína pelo povo que sabe e pouco pode fazer em sua defesa, portanto, rasgar elogios em um momento desses é um privilégio que cabe somente a eles.
Quiséramos nós, que estamos distante da politicagem, pudéssemos ter esse ímpeto de coragem para reagirmos a todos os desmandos com panelaço, buzinaço ou qualquer outra forma de manifestação que traga um resultado justo. E, mediocremente nos dispersamos em marchas de movimentos poucos significativos como: gays, evangélicos e maconha, e pouco nos importamos com o que é mais grave: a corrupção.
Quero acompanhar de perto este caso que julgo ser do maior interesse da população pelo alto grau de insanidade pública.
Chega de sermos intimidados pelo crime organizado. Portanto, cabe aos nossos governantes tomarem medidas efetivas, e pelo andar da carruagem também drásticas, na contensão do que é simplesmente ABSURDO.
Espero que o nosso presidente, na conduta deste caso, assuma com o mesmo empenho o tanto quanto quis que a chamassem de presidentA, assim mesmo, com A maiúsculo.
Abraços do Gigi |