Fico abismado com a insistência de alguns cronistas persistirem na possibilidade do jogador Messi vir a suplantar a imagem de Pelé.
É que, na verdade, estes que acreditam nesta hipótese, com certeza, devem ser jovens e só ouviram falar de Pelé, embora existam mil vídeos sobre ele.
Como também no meu tempo, logo que surgiu Pelé, ouvia da boca de muitos do passado, e até mesmo do meu amigo, considerado o poeta da crônica esportiva brasileira, Adriano Neiva da Motta e Silva, mais conhecido como De Vaney, que afirmava ter sido Friedenreich melhor que Pelé.
Certo que em sua análise eu punha em dúvida esta assertiva tendo em vista De Vaney não simpatizar com a figura extra-campo de Pelé, embora seu filho, Álvaro Motta – Maguinho, tente ressalvar tal alegação, dizendo que seu pai se referia ao melhor, cada um no seu devido tempo.
De fato, analisando por este lado, posso acreditar que Messi, de fato, é hoje neste seu tempo o melhor jogador do mundo.
Mas, em termos comparativos, não existe a menor condição de fazer tal alusão.
Poderia ditar várias laudas e até mesmo um tratado sobre os feitos de Pelé que sobrepujou tudo e a todos em condições adversas ao tempo de hoje como os simples exemplos de: chuteira, bola, gramado e todos os tipos de artimanhas armadas pelos adversários.
Sei que mil pessoas que viram, e, os próprios boleiros que jogaram a favor e contra, defenderão com afinco a tese de que, indiscutivelmente, jamais será suplantado.
Eu, como tive o privilégio de jogar ao seu lado e assistir pelo menos uns 400 gols ao vivo de seus 1300 feitos, me sinto com plena convicção de minha afirmativa.
Tanto que hoje nos referimos a excelência de qualquer performance pós era Pelé, e acredito que deverá constar na mente dos lexicógrafos: “ele é ou foi um autêntico Pelé na sua arte”. Como foi assim Chico Anísio, Jerry Lewis, Nureyev, etc, etc, etc e tantos outros figurões. Afinal: “quem viu, viu”.
Abraços do Gigi |