"Mas o grande orgulho do bairro era o Paquetá Futebol Clube, que foi fundado em 1935 por Waldemar Raposo e outros. Ficou algum tempo desativado, até que em 1945 o Toninho Raposo, o Dominguinhos, o Pai João e alguns mais tornaram a reerguê-lo como infantil. E como o pessoal gostava de ver o Pila, João Marques, Nívio e Waldemar em campo! Com a chegada de Lanzudo, Torresmo, Marino, Minoro, João, Lelé, Cabelinho, Waldemar, Aurélio, Maximino e outros, o Paquetá FC passou a juvenil. O clube existe até hoje, só que sua sede fica na Vila Nova.
Seu Domingos não esconde o orgulho quando conta que, como diretor de futebol, conquistou dois títulos; Campeão dos Bairros de 1957, juntamente com o Tino, e de 1962. Seu filho Sérgio era o mascote da equipe de 1957, e seu irmão Vadico destacou-se como artilheiro do time, com seis gols. Outra façanha que ele não esquece: certa vez, o Paquetá representou Santos em um torneio onde participaram times de Pedreira, São Bernardo, Ribeirão Pires e outras cidades, sagrando-se campeão. Nesse mesmo dia, o 2º quadro fez uma prova de honra contra o Martins Fontes e venceu.
Esses que hoje nos contam essas histórias não podem reclamar das traquinagens dos netos, porque aprontaram muitas e boas na infância. As peladas de rua começavam às oito horas e se estendiam até a noite, com uns 20 moleques de cada lado. Quando a bola caía no cemitério, os coveiros rasgavam. Tinha dias que perdiam mais de seis bolas de borracha. As mães ralhavam e diziam que não dariam mais dinheiro para eles botarem fora, mas não resistiam quando viam o Pé de Ferro, o Formiga, o Maravilha (pai do Maravilha que jogou na Portuguesa), o Seraphim, o Zézinho, o Reinaldo e outros amigos implorando um trocadinho para comprar outra bola. Não tinha jeito, acabavam cedendo."
Fonte: Novo Milênio |