Depois da vitória (3 a 0) fora de casa sobre o Chile pelas Eliminatórias, o presidente Lula voltou atrás das críticas à seleção brasileira pelo vexame nas Olimpíadas e até defendeu o contestado Dunga. Comparou o cargo do técnico canarinho com o da presidência, cujo trabalho é a médio e longo prazo e só deveria ser avaliado ao final do mandato. Mas depois do empate sem gols com a lanterna Bolívia, no Engenhão, o mundo desabou de novo para cima do ex-volante gaúcho, que volta a se ver ameaçado no emprego.
Embora a cultura do torcedor e de dirigentes do futebol brasileiro não seja esta, a de ter paciência em meio a alguns resultados trôpegos e esperar o fim de um campeonato para cornetar o desempenho, a tese lulista é a mais lógica e racional.
E vou além. Apesar da CBF ser uma entidade privada, a seleção brasileira não é considerada um patrimônio nacional? A opinião pública muitas vezes não pesa e influi nos rumos de determinada convocação e contratação de comissão técnica para o time pentacampeão? Independentemente se Dunga cair ou não, então por que não se promover eleições ou referendo público para a escolha do próximo treinador canarinho?
O povo poderia opinar e participar diretamente dos rumos da seleção xodó do país. Vontade a eles não falta, vide as muitas enquetes “bombadas” na internet quando o assunto é o novo técnico da seleção.
A CBF elencaria alguns nomes de técnicos e os submeteria à consulta dos populares para um mandato de dois anos à frente do time pentacampeão. E por que não contratar o mais votado democraticamente?
Os torcedores ao menos poderiam se identificar mais com a há tempos desgastada seleção brasileira, que só tem tomado vaias jogando em casa. E também não poderiam xingar tanto o comandante que elegeram de “burro”. Se reprovarem seu trabalho, seria só mudar o comando pelo voto no referendo seguinte.