O principal motivo pelo qual o percentual (%) de gordura das pessoas vem aumentando significativamente, deve-se aos efeitos da Sarcopenia (perda da massa muscular), o que é um processo natural que ocorre ao longo dos anos, mas é potencialmente agravado pela má alimentação e principalmente pelo sedentarismo.
Muitos confundem emagrecimento com perda de peso. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Você sabia que podemos perder peso e engordar, assim como podemos ganhar peso e emagrecer ?
Ficou confuso ?
Para esclarecer essa e outras questões selecionei algumas das principais perguntas feitas por meus clientes ao longo de minha experiência como treinador pessoal, sobre Composição corporal e Metabolismo.
Qual é meu peso ideal ?
É impossível determinarmos pela altura o quanto uma pessoa deve pesar o que deixa bem claro que o tal do IMC (Índice de Massa Corporal) tão usado em revistas, sites na internet e infelizmente pela medicina, tem pouquíssimo ou nenhum fundamento como parâmetro para determinarmos o que as pessoas chamam de peso ideal, uma vez que esse absurdo sistema não leva em consideração o tamanho dos órgãos, dos músculos, dos ossos e etc.
Como saber se preciso, e o quanto tenho que emagrecer ?
O que realmente importa é: de todo o seu peso corporal, o quanto corresponde à massa gorda (gordura) e o quanto corresponde à massa magra (ossos, órgãos, água e músculos). Essa medição é feita através de uma Avaliação da Composição Corporal, onde após descobrirmos o seu % (percentual) de gordura, levamos em consideração seu atual peso corporal, e através de protocolos e cálculos matemáticos obtemos os resultados.
Se o percentual de gordura do homem estiver acima de 20%, e no caso das mulheres, estiver acima dos 25%, em ambos os casos se constata obesidade, não importando o quanto esteja marcando a balança.
Após quatro semanas de treinamento, é de vital importância realizar uma nova avaliação, para, comprovação da eficácia do sistema ou reformulação do mesmo.
Fechar a boca resolve ?
Toda vez que perdemos músculos, nosso organismo se protege estocando gordura. Ou seja, não engordamos somente por comer demais, mas também por se ter músculos de menos. Se perder músculos nos faz engordar, comer de menos também engorda.
Quando ficamos mais de 4 horas sem nos alimentar, ou se, mesmo que nos alimentemos de 3 em 3 horas (que é o correto), não ingerirmos as quantidades de nutrientes necessárias para suprir nossas demandas energéticas, assim como para o perfeito funcionamento de nosso organismo, o mesmo se alimenta de proteínas (Catabolismo), principal nutriente responsável pela construção e manutenção da massa muscular, resultando em mais perda muscular, e conseqüentemente mais acúmulo de gordura, ou seja, “o tiro sai pela culatra”.
Quanto mais eu treino, mais eu emagreço ?
Não é bem assim. Se realizarmos uma determinada atividade física, em maior quantidade ou intensidade do que o nosso organismo dispõe de nutrientes para realizá-la, o mesmo se alimenta de grandes quantidades de proteína muscular (catabolismo), o que resulta em mais perda muscular e conseqüentemente mais gordura estocada.
Ou seja, treinar sem comer também engorda, devido ao aumento do percentual de gordura em fator do Catabolismo.
Qual é a melhor forma de emagrecer ?
A melhor estratégia contra a obesidade sem dúvida se resume em Dieta e Exercício, só que, não qualquer dieta e muito menos qualquer exercício.
Quanto mais direcionado, estratégico e personalizado, mais eficiente se torna o programa e conseqüentemente seu resultado.
Qual é o melhor exercício para emagrecer ?
Encontramos nos exercícios resistidos (musculação), todos os subsídios metabólicos necessários para que se potencialize o tão procurado processo de emagrecimento.
Desde que elaborado com coerência, um programa de musculação é capaz de transformar o metabolismo de uma pessoa com mais eficiência do que qualquer outra atividade física, diminuindo massa gorda e aumentando massa magra. O que a torna a melhor opção quando o objetivo é a estética.
Lembrando que o que dá forma ao corpo são os músculos.
O meu peso aumentou, como posso estar emagrecendo ?
Algumas pessoas ao iniciarem um programa de treinamento resistido (musculação), passam por um processo de recuperação muscular que ocorre em um curtíssimo espaço de tempo. Costumo dizer recuperação, por que não há um acréscimo de massa muscular em minha opinião, o que ocorre é que essas pessoas atingem valores de massa magra que o organismo sempre quis ter, mas não era possível devido a maus hábitos cultivados pelo próprio individuo, como por exemplo, comer uma ou duas vezes ao dia, ficando longos períodos sem se alimentar, ou, tomar medicamentos que inibem o apetite.
Ora, se ganhamos (ou recuperamos) mais músculos do que perdemos de gordura é completamente coerente que aumentemos o peso na balança. O que não quer dizer que tenhamos engordado, muito pelo contrário, na verdade é nesse estagio que conseguimos subsídios para que o metabolismo se transforme e a gordura saia.
O que precisa ficar claro é que se o organismo sente falta de massa muscular a gordura não sai.
O meu peso sempre vai aumentar com musculação ?
Negativo. Após o período de “recuperação” muscular, o que manda é o programa de treinamento. Se a estratégia traçada focar o emagrecimento, assim que o corpo sentir que não está mais debilitado em relação à massa muscular, o ganho da mesma estaciona e a gordura começa a sair em grandes quantidades, diminuindo o peso. Tudo dentro da coerência.
A mulher corre o risco de ficar “masculinizada” por treinar musculação?
De jeito nenhum. Esse efeito musculoso no corpo do homem só se torna possível devido a um hormônio encontrado em grandes quantidades nos mesmos, chamado testosterona. A mulher não dispõe de quantidades suficientes desse hormônio para exercer esse efeito em seus corpos, a não ser que o receba na forma sintética (esteróides anabólicos ou outros recursos ergogênicos).
Por que o corpo não usa a gordura como fonte de energia e sim os músculos ?
Nosso organismo é munido de um eficiente sistema de defesa que infelizmente dificulta o objetivo estético almejado pela maioria das pessoas de nossa sociedade, que é perder as gordurinhas localizadas. Desde os primórdios nosso corpo está absolutamente preparado para temporadas de seca, restrição de caça, grandes deslocamentos com escassez de alimentos,etc...
Mesmo no século XXI, em plena civilização moderna, que, diga-se de passagem, preza, e muito, a boa aparência, nosso organismo continua se defendendo só que agora de: sedentarismo, maus hábitos alimentares,dietas hipocalóricas radicais, treinamentos excessivos, fórmulas ou medicamentos inibidores de apetite. Fatores que praticamente destroem a massa muscular causando uma baixa no metabolismo e conseqüentemente o que as pessoas chamam de “Efeito Sanfona”.
Ou seja, caso passemos por algum apuro, nosso corpo prioriza todas as fontes energéticas disponíveis, deixando pra último caso a gordura.
Eu não me importo em perder músculos o que eu quero é entrar nas minhas roupas.
Essa afirmação, apesar de ser muito falada, não deixa de ser absurda. Afinal de contas nosso corpo só se sustenta em pé (em todos os sentidos,) devido à massa muscular.
Quantos não são os homens que mesmo num calor de 40 graus, e aparentemente “magros”, não tiram a camisa em público para não ostentarem sua flacidez. E quantas não são as mulheres que não usam de jeito nenhum uma peça de vestuário sem mangas com vergonha de ostentar a “moleza” dos braços. E outros tantos exemplos parecidos.
Ou seja, essas pessoas não entram em suas roupas, e sim, “jogam tudo lá dentro”.
Mas, algum tempo atrás com a dieta e com o treinamento de “fulano de tal”, perdi 10 quilos em um rápido período de tempo, e fiquei ótima. (Geralmente são mulheres que fazem essa afirmação).
Tudo bem. Mas ficou ótima com roupa ou sem roupa ?
Até a próxima.
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