Leal foi meu companheiro no juvenil do Santos FC. Vindo do Jabuca, ele acabou - após sua passagem pelo Santos FC - jogando pelo Fluminense do Rio.
Como profissional jogou em vários clubes, entre eles o Guarani de Campinas.
Bom jogador, ranheta, catimbeiro, apertava os juízes e quase sempre procurava irritar os adversários.
Com o Santos FC., fomos em uma das últimas partidas de 59 jogar contra o Guarani do Leal. Jogo decisivo. O Santos se ganhasse seria quase campeão. O Guarani vencendo escapava do descenso para a 2ª Divisão.
Lula - nosso técnico - sabendo da minha amizade com o Leal, me orientou para um falso bate-papo antes do jogo, pois só assim o Zito poderia jogar a sua bola tranquila, já que o Leal como meia armador que era - o pertubaria não só na bola, mas principalmente na guerra de nervos.
Realmente ele cuspia, xingava a mãe, dava beliscão, etc.
E assim fez:
- Juju (era seu apelido), a diretoria toda do Santos (comecei a minha paparicação) veio hoje para te ver jogar! O Jair Rosa Pinto está parando, pois já tem 38 anos e você vai ser o seu substituto. Porém muitos diretores são contra a sua contratação, pois acham você indisciplinado.
Vê se hoje joga com calma a sua bola, sem catimbar, sem perturbar o juíz e o nosso time, isso vai ser bom pra você!
- Espanhol, vai se danar! Não vem com conversa mole pra cima de mim! Não vai ter moleza não ! Vai sobrar porrada pra todo mundo!
Perdemos de 3 a 2 e Leal ganhou o moto-rádio de melhor jogador em campo. Jogou, marcou, catimbou e no final saiu ovacionado pela torcida local.
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