João Saldanha, jornalista ou técnico foi sempre um homem decidido, e quando o problema aparecia resolvia a sua maneira, por bem ou por mal.
Certa feita, em uma das ruas do Rio de Janeiro, vinha João cansado do seu trabalho dirigindo o seu fusquinho 69, quando de repente um enorme caminhão o fecha e quase o joga por cima do passeio.
João nao se conformou e xingou o barbeiro. O motorista do caminhão não gostou. E freou. João também.
Ambos desceram dos veículos batendo as portas com força. João nunca se sentiu tão miúdo e frágil perto da ignorância do português que descia do caminhão para tomar satisfação.
Quase dois metros de altura por quatro de largura. Um autêntico guarda-roupas! E bufava! Além do mais trazia na mão um enorme porrete parecido com aqueles usados pelos gladiadores no tempo do Nero.
E João se sentiu um anão, um inseto, uma migalha!
O Português vindo e Saldanha aguardando o choque descomunal e injusto.
Porém João não perdeu o rebolado e berrou:
- Seu cutruco de uma figa! Barbeirão desgraçado! És muito valente porque estás com esse porrete na mão!
E desafiou:
- Larga essa merda no chão, quero ver se és homem!
O Portugês, já roxo de raiva, não se fez de rogado. Colocou o porrete no chão e partiu pra ignorância.
Sem tempo hábil, pois João rapidamente apanhou o porrete no chão e deu uma tremenda surra no Lusitano, mandando-o rápido para o 4º. andar do hospital próximo à Barra da Tijuca.
(extraído do livro "Bombas de Alegria")
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