O gosto pela prática esportiva já faz parte do seu DNA. Seu pai, Sebastião Rodrigues, fundador e primeiro presidente da Associação dos Corredores da Baixada Santista (Correbas), começou a correr aos 55 anos, participando ativamente de campeonatos e todas as São Silvestres, parando somente aos 76 anos de idade. É considerado um exemplo entre os desportistas da região.
Recentemente, Marcelino fez uma interessante retrospectiva de sua vida esportiva, retratando uma fase feliz e saudosa de sua juventude, a qual compartilho com vocês.
Ele me disse que fez uma viagem ao passado, e suas lembranças se voltaram às atividades esportivas que praticou desde criança até a fase adulta. Nessa viagem percorreu vários pontos da cidade de Santos, onde viveu momentos que jamais esquecerá.
Quando garoto, para jogar bola no Colégio Santista, aos domingos pela manhã, tinha que assistir aula de catecismo, pois os padres abriam as dependências da escola para as crianças da região com esta condição.
Depois passou pelo campo do Guarani, na Rua Xavier Pinheiro com a Rua 28 de Setembro, e se viu sentado no muro assistindo o Jorge Mandrake fazer jogadas até hoje nunca vistas. Neste campo, aos domingos, jogava na Portuguesinha, comandada por seu Alfredo e o Varela. Perto dali, o Portuários, da Xavier Pinheiro, onde participou dos torneios infantis que o seu Leal organizava, com clubes que levavam nomes das secções da Cia. Docas como: Marítima, 4ª.Secção, etc.
Foi rever o Colégio Moderno dos Estivadores, onde depois das aulas alunos como: Hermes, Nelci e Didi jogavam gol caixote, os quais acabaram fazendo sucesso no futebol profissional.
Seu primeiro emprego foi na Light que tinha o campo da City com seu gramado impecável, sempre bem cuidado.
Passou pela Fefis, no campo do Brasil F.C, onde se lembrou do time de handebol do Professor Godofredo, tricampeão do Jubas de 1973 a 1975.
Continuando seu passeio saudosista, chegou ao BNH. Recordou do infantil do Santa Cecília e do C.R Flórida, time do seu coração, onde jogou quando adulto.
Por fim, foi ao Clube Regatas Santista, onde quase toda noite tinha o futebol society no campo de areia.
Tudo por onde passou quase não existe mais. Os containeres e os prédios tomaram conta de tudo, mas sua memória não se apaga. É o vídeotape que carrega consigo. É o filme que, de vez em quando, passa para lembrar o quanto ele foi feliz.
Foi campeão do III Torneio Varzeano de 1975 e vice-campeão de 1976, defendendo as cores do C.R Flórida e tricampeão de handebol pela FEFIS, nos famosos Jogos Universitários da Baixada Santista (JUBAS) de 1975. Participou do Torneio da Marinha realizado em 1975.
Na verdade, corroborando as palavras do meu amigo Marcelino, aquela época foram os anos dourados de muitos atletas, que, com certeza, revivem com lágrimas e muitas saudades tais lembranças.
Desistiu do futebol devido a um incidente lamentável, proporcionado por um lunático, em uma partida do C.R Flórida, em 1976. Um indivíduo, armado de uma foice, correu atrás de alguns jogadores provocando verdadeiro pânico entre os presentes e, como ele já era casado e pai de família, foi o motivo suficiente para o seu abandono.
Um momento feliz a ser relembrado foi quando formaram uma “laçaria” para enfrentar o juvenil do Santos FC., com Douglas, Hermes, Fito e outros. No entanto, acabaram proporcionando um belo jogo, embora tivessem perdido a partida por 3x2. Aliás, era uma prática comum a formação de “laçarias”, que se faziam para derrotar os grandes times da várzea que se mantinham invictos por muito tempo.
Marcelino jogou pelos seguintes clubes: Santa Cecília, Portuários, Portuguesinha, Florida (1974/76), Grêmio dos Estivadores, Colégio Moderno, Fefis e Clube de Regatas Santista.
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