Desde quando o Corinthians anunciou a bombástica contratação de Ronaldo, o Fenômeno passou a ser o “carro-chefe” do Timão, seja nas mesas redondas esportivas ou nas conversas de bar com os amigos.
É Ronaldo pra cá, Dentuço pra lá, Fenômeno aqui, Gordo acolá... E convenhamos: é complicado fugir desse lugar comum quando o maior artilheiro da história das copas volta a jogar em seu país, uma terra tão carente de ídolos (em qualquer área). Ainda por cima no Corinthians, o time com a segunda maior torcida do Brasil.
É válido sim, e temos até o dever de exaltar Ronaldo. Mas não podemos esquecer que o Fenômeno não joga sozinho, mas com outros 10 companheiros. Sem falar no treinador, comissão técnica e diretores, que não entram em campo, mas têm sua devida importância.
Após um ano de calvário na Série B, passando ainda pela desastrosa perda da Copa do Brasil para o Sport, finalmente Mano Menezes conseguiu acertar sua equipe. Hoje o Corinthians tem aquele chamado “padrão de jogo” e, salvo algum imprevisto, todos os torcedores têm na ponta da língua os 11 mosqueteiros titulares.
Felipe é um bom goleiro. Não é espetacular, mas é o melhor que o Corinthians já teve na “era pós-Dida”. Alessandro ressurgiu das cinzas e está jogando muito na lateral-direita do Timão. Na esquerda, André Santos alterna bons e maus momentos. Nos “bons” ele é excelente e nos “maus” não deve futebol para os laterais titulares de outras grandes equipes do país.
Chicão e Willian tornaram a zaga do Corinthians, problemática em outros anos, um tipo de “porto seguro”. A boa técnica de Chicão garante sucesso na defesa mesmo quando o experiente Willian não está em campo (é geralmente substituído pelo jovem Diego). Sem falar nos gols do camisa 3, de falta ou pênalti, que já salvaram o Timão em mais de uma oportunidade.
Outros dois que estão arrebentando no Parque São Jorge são os meio-campistas Cristian e Elias. Ambos estão jogando muita bola, lembrando os melhores momentos de Josué e Mineiro na campanha que culminou com o terceiro título mundial do São Paulo, em 2005, e deixando claro que o futebol atual não tem espaço para os tais “volantes botinudos”.
Na frente, o jovem Dentinho (a verdadeira revelação do Timão), com sua velocidade, sua boa pontaria e seus dribles rápidos, vem fazendo a diferença por um lado do campo, enquanto pelo outro o bom Jorge Henrique (e como ele lembra o Romário – só no “andar”, é claro!) vem cumprindo seu papel tático com grande eficiência.
Fora das quatro linhas, o marketing do Corinthians está fazendo muito bem o seu papel. Além disso, parece que finalmente o presidente Andrés Sanches entendeu que entrar em polêmicas com seus adversários não ajuda em nada sua equipe na busca por títulos.
E o Ronaldo? Bom... Pra mim, o Fenômeno é a cereja do bolo (e que cereja!?) que coloca de vez o Corinthians ao lado de Inter (RS), São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras na disputa pelo título brasileiro de 2009.
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