O ano acabou no dia 2 de fevereiro. Esse é o sentimento dos corintianos após a derrota por 2 a 0 para o Deportes Tolima, da Colômbia, e o adeus precoce à principal competição da temporada. Pela primeira vez desde que foi criada a Pré-Libertadores, em 2005, um time brasileiro é eliminado sem sequer disputar a fase de grupos.
O UOL Esporte selecionou os sete erros cometidos pelo Corinthians, que segue com o estigma de não ter sucesso no maior torneio interclubes da América. Confira:
TROPEÇOS NA RETA FINAL DO BRASILEIRO LEVARAM À PRÉ-LIBERTADORES
O Corinthians esteve na briga pelo título do Brasileirão de 2010 até a última rodada. Além de ficar sem o caneco, que foi para o Fluminense, a equipe de Parque São Jorge caiu para o terceiro lugar após um empate por 1 a 1 com os reservas do Goiás, rebaixado para a Série B. Duas rodadas antes, o empate foi com o Vitória, também rebaixado. “Erramos desde o jogo contra o Goiás. O planejamento atrasou, antes teve uma mudança de técnico”, disse o presidente Andrés Sanchez, minutos depois da derrota por 2 a 0, na Colômbia.
EXCESSO DE CONFIANÇA CONTRA O DESCONHECIDO DEPORTES TOLIMA-COL
Logo que ficou definida a participação do Corinthians na Pré-Libertadores, depois da última rodada do Brasileiro, os principais astros da equipe não trataram com seriedade a obrigação de disputar um mata-mata contra um time desconhecido. “Isso não será um problema para nós”, disse Ronaldo. “Não tenha dúvida de que o Corinthians passará para a fase de grupos da Libertadores”, endossou Roberto Carlos. Na véspera da primeira partida, Ronaldo promoveu uma Twitcam e sequer lembrou o nome do adversário: “Tolima, é isso? Tolima é o nome do time?”, perguntou aos colegas de elenco.
REFORÇOS DE SEGUNDA LINHA PARA SUBSTITUIR ELIAS E WILLIAM
Desde dezembro o Corinthians já sabia que não contaria com o zagueiro William, que se aposentou, e com o meia Elias, vendido ao Atlético de Madri. A diretoria teve quase dois meses para contratar substitutos à altura dos dois titulares, porém não obteve êxito em negociações com atletas de peso, casos de Adriano, Luís Fabiano, Cristian, Edu Dracena etc. Chegaram o zagueiro Wallace, o lateral-esquerdo Fábio Santos, o meia peruano Luis Ramírez (foto) e o atacante Willian (foto), todos para a reserva. Liedson, único reforço badalado, será apresentado na próxima semana e utilizado no Paulista e no Brasileiro.
RONALDO PESADO E SEM UM RESERVA À ALTURA
Capitão da equipe e principal astro do elenco, Ronaldo esteve longe de ser decisivo nos jogos contra o Tolima. Como todo começo de ano desde que desembarcou no Parque São Jorge, o Fenômeno não entrou em forma. Sem um reserva à altura, teve de apressar a sua presença em campo. Entretanto, foi um fiasco. Arriscou dez finalizações nos dois jogos e acertou o alvo apenas duas vezes, mas parou no goleiro. Ciente das suas limitações físicas, o veterano de 34 anos pediu a contratação de um centroavante renomado para substituí-lo. Liedson chegará tarde demais.
OS ERROS DE TITE: MUDANÇAS NO SISTEMA TÁTICO E PEÇAS MAL ESCOLHIDAS
No primeiro jogo, no Pacaembu, Tite adotou o 4-3-3, sistema tático que fez sucesso no Corinthians em 2009. Entretanto, sem Elias, o ataque perdeu o apoio do elemento surpresa pelo meio. Jucilei deveria exercer esse papel, mas iniciou o ano muito mal. Faltou criação. No segundo jogo, na Colômbia, o treinador sacou Bruno César e escalou Paulinho. A situação piorou. Não havia ninguém no meio para levar a bola a Dentinho e Ronaldo. Tite disse que Jorge Henrique faria isso, porém o atacante está pouco adaptado a atuar no setor e se escondeu em campo. Danilo entrou quando estava 1 a 0 e não apareceu.
REVELAÇÃO DE 2010, BRUNO CÉSAR VIROU O BODE EXPIATÓRIO
Revelação do último Brasileiro, quando anotou 14 gols, Bruno César virou o bode expiatório após o empate por 0 a 0 com o Tolima no primeiro jogo. O atleta perdeu a vaga de titular para Paulinho e ficou isolado no elenco. Tudo começou quando Ronaldo publicamente falou em “egoísmo” dentro da equipe, após o empate por 1 a 1 com o Noroeste. Apesar de o Fenômeno não ter citado nomes, o recado indiretamente atingiu Bruno César. Contra o Noroeste, o camisa 10 arriscou cinco chutes a gol. Contra o Tolima, zero finalizações. Em má fase, viu do banco de reservas a eliminação vexatória na partida de volta.
DEFESA EM LINHA FACILITOU A VIDA DO ATAQUE COLOMBIANO
A dupla de zagueiros Chicão e Leandro Castan insistiu em atuar em linha, estratégia que facilitou as infiltrações dos atacantes do Tolima. Logo no primeiro jogo, Murillo recebeu nas costas da defesa e marcou o gol, mal anulado pelo auxiliar, que marcou impedimento. Na partida de volta, os colombianos continuaram a explorar o erro de posicionamento dos brasileiros. Quando o Corinthians estava melhor em campo, sofreu o primeiro gol. Santoya apareceu sozinho na área, enquanto a defesa saía, e bateu no ângulo, sem chances para Júlio César.
Fonte: Uol Esporte
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