
Robinho precisava de um porto seguro. Uma tábua de salvação. Em baixa no Manchester City, o Rei das Pedaladas começou a ficar preocupado. Embora fosse homem de confiança do técnico Dunga, ele não vinha jogando e temia ficar fora da Copa do Mundo. Para ficar em ponto de bala para o Mundial da África do Sul, precisava jogar e, sobretudo, ser feliz. Nada melhor, então, do que voltar à sua primeira casa. O craque retornou à Vila Belmiro no fim de janeiro deste ano, cinco anos após ser vendido para o Real Madrid. O objetivo era se preparar bem para a Copa. De lambuja, garantiu o título do Paulistão.
Robinho, que saiu do Santos em 2005 para buscar o posto de melhor jogador do mundo, voltou em baixa. Antes do acerto com o Peixe, o camisa 7 teve uma conversa com Dunga, que lhe deu um conselho simples: que procurasse ser feliz. E se tem uma coisa que nunca faltou ao jogador no Peixe foi alegria. A primeira conversa entre o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, e o craque aconteceu no dia 22 de janeiro, uma sexta-feira. O dirigente ouviu o que queria do jogador: ele estava pronto para voltar ao Santos.
A diretoria, então, começou a negociar a liberação do jogador com o City. Por e-mail, o Santos propôs o seguinte acordo: o clube inglês emprestaria Robinho até agosto, economizaria R$ 1,71 milhão por mês em salários e ainda teria a prioridade de contratar Neymar e Paulo Henrique Ganso no período em que o Rei das Pedaladas permanecesse na Vila Belmiro. Como a diretoria do clube inglês se mostrou aberta a negociar, o Santos mandou quatro emissários a Manchester: o vice-presidente Odílio Rodrigues Filho, os gerentes de marketing Eduardo Musa e Armênio Neto, e o advogado João Vicente Gazolla. Após três dias de negociações, no dia 28 de janeiro, o Santos acertou o retorno de um de seus filhos mais ilustres.
Logo em sua estreia, entrando no segundo tempo do jogo contra o São Paulo, dia 7 de fevereiro, Robinho marcou um golaço de letra, garantindo a vitória santista por 2 a 1 e mostrando que o rei das Pedaladas estava de volta.
Ele se entrosou muito bem com os outros garotos, tanto dentro, quanto fora de campo. Coordenou as dancinhas nas comemorações, fez gols, e, mais importante, conquistou um título que ainda não tinha: o Campeonato Paulista. Ele havia conquistado os Campeonatos Brasileiros de 2002 e 2004.
Agora, quer mais. Embora seu contrato com o Peixe termine no dia 4 de agosto, o atacante quer ficar. Sua meta é ajudar a equipe a conquistar uma vaga na Taça Libertadores de 2011 e, claro, disputá-la.
- Espero continuar aqui por muito mais tempo. Sei que a negociação é complicada, mas esse é o meu desejo. Sempre fui muito feliz no Santos.
Já o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, garante que a negociação nem é tão difícil. Ele diz que 75% da operação para viabilizar a permanência de Robinho está resolvida, inclusive a parte financeira, que seria um entrave. Ele divide a equação em quatro partes: a vontade do jogador, do Santos, do Manchester City e a questão econômica.
- Os 25% que faltam se referem ao Manchester City. O Robinho quer ficar, o Santos quer que ele fique. Aumentou o número de empresas interessados em viabilizar a parte econômica da negociação. Falta, porém, saber se os ingleses podem aumentar o prazo do empréstimo. Mas acredito que nosso argumento é bom: o Robinho voltou a jogar bem e vai se valorizar ainda mais. O Santos vai estar recuperando um patrimônio do City – explica o dirigente.
Os santistas torcem para que os ingleses também pensem assim.
Fonte: Globo Esporte |