O técnico Muricy Ramalho, do Santos, tem uma tese da qual sempre lança mão quando é confrontado com perguntas sobre seu desempenho em Taça Libertadores (ele participou de cinco edições e nunca venceu): a competição continental é imprevisível. Na maioria das vezes, o favorito fica pelo caminho. Para o treinador, os confrontos de oitavas de final, disputados nesta semana, comprovaram isso. O Fluminense foi eliminado pelo Libertad-PAR, o Cruzeiro caiu diante do Once Caldas-COL, o Internacional foi despachado pelo Peñarol-URU e o Grêmio perdeu para o Universidad Católica-CHI.
O Santos é o único time brasileiro que restou na competição. Tem talentos reconhecidos, como Neymar, Elano e Ganso, mas, na teoria de Muricy, pode se dar mal exatamente porque a Libertadores não costuma premiar os melhores.
- Na semana passada eu dizia que não dá para antecipar nada em Libertadores. E essas oitavas de final mostraram mais uma vez que é uma competição imprevisível, onde o imponderável sempre aparece e não dá tempo de recuperar. Muitas vezes, o melhor não ganha. Equipes que no começo ninguém apontava como favorito chegam. E aquelas em que todo mundo acreditava não avançam - afirma.
Por isso, Muricy afirma que o Peixe precisa tomar muito cuidado nos confrontos contra o Once Caldas-COL, nas duas próximas quartas-feiras. O primeiro jogo será em Manizales, na Colômbia. O segundo, na Vila Belmiro. A equipe colombiana não estava no rol dos favoritos, mas acabou eliminando o Cruzeiro, melhor time da primeira fase da competição. Já o Peixe foi apontado pelo próprio Muricy, quando ele ainda estava no Fluminense, no início da temporada, como o principal candidato ao título continental.
- Os quatro times brasileiros são fortíssimos e estão fora. Por isso eu digo que é uma competição diferente. Precisamos de muita atenção. Não dá para ficar analisando muito, escolhendo adversário. Porque não tem lógica.
Fonte: Globo Esporte |