O Santos não conta mais com Fabiano Eller. Apesar disso, o zagueiro mantém a rotina de vestir o uniforme do clube e comparecer ao CT Rei Pelé. A situação tem causado desconforto em dirigentes e Vagner Mancini. Eller está pagando pela atitude tomada no dia da partida contra o Sport, sábado passado, quando pediu dispensa da concentração para não correr o risco de completar a sétima partida pelo Peixe no Brasileirão, e ficar impedido de atuar por outra agremiação da Série A.

O defensor estava abalado com os problemas enfrentados no clube. Nesta temporada, brigou com o capitão da equipe, Fábio Costa, foi colocado à disposição para troca por Wagner Diniz, com o São Paulo, teve pedido de redução salarial, e sente que no fundo, o Santos não faz o menor interesse em sua permanência.

Desabafos foram feitos ao LANCENET!, em uma conversa por telefone. Eller não encontra outro clube para jogar, e por ele, seguiria no Santos.

Confira os principais trechos da entrevista:

Por que você não quer ficar no Santos?

Em nenhum momento falei isso. É uma decisão do clube.

Mas você pediu para não jogar contra o Sport. Isso não demonstra que quer sair?

Pedi, mas não foi esse o motivo. Era o meu último jogo antes de exceder o limite e como ficaria no banco de reservas, pensei que isso poderia acontecer até fim do meu contrato (dezembro deste ano). Acontece que o Santos já demonstrou que não vai renovar o meu vínculo, algo que entendo pela minha idade e salário. Acontece que, como anteriormente fui procurado por outros clubes, reabri a possibilidade de negociação. Pensei no meu futuro.

Então, deseja permanecer?

Por mim, treinaria com o restante do elenco. Não vejo sentido de ficar treinando separado. Só que estou tentando evitar um clima ruim. Quando falei para ficar de fora contra o Altético, não pedi para me desligar do clube. O Santos não me quer. Eles ganharam do Sport e eu passei a não interessar mais. O presidente (Marcelo Teixeira) nunca conversou comigo sobre isso, e o Adilson (Durante, diretor de futebol), a única vez que me encontrou não tocou no assunto. Sei que eles estão conversando sobre minha saída com o meu empresário (Eduardo Uran).

Os dirigentes falam em rescisão amigável. Entendo isso como um rompimento de vínculo sem compensação financeira para qualquer das partes. Você topa sair sem receber uma compensação financeira?

Sem estar certo com outro clube não posso aceitar isso. Não deixei de comparecer no treino, mas tenho que esperar uma proposta. Se não, vou cumprir o contrato com o Santos até o fim.

Você está negociando com algum clube atualmente? Tem preferência por voltar ao Rio de Janeiro?

Não tenho preferências. São vários interessados. Acontece que clubes que pagam em dia já estão com o elenco de zagueiros formados. Teria que esperar a saída de alguém.

É o alto salário que te prejudica no Santos?

Eu tive propostas para sair ano passado, esse ano, e o clube não quiseram me liberar. De uma hora para outra, passei a não interessar. A batata está assando para o meu lado, não posso falar muita coisa.

Palavras iriam te prejudicar como no Santos?

O ambiente está ruim, não posso tumultuar ainda mais.

Você teve desentendimentos recentes com o Fábio Costa e o Neymar, jogadores idolatrados pela diretoria. Acha que isso te prejudicou?

Não posso precisar. De qualquer forma foram problemas que superei. No caso do Neymar nem problema foi. Tenho muita amizade com ele. Só que acabamos no banco de reserva por falarmos no mesmo jogo. Pode ser coincidência.

Fonte: Lancenet!