O Santos vendeu 5% dos direitos sobre Neymar para a empresa Terceira Estrela Investimentos S.A (Teisa), formada por conselheiros do clube que ajudam o atual presidente, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, a manter o fluxo de caixa. O atual dirigente assumiu um clube em sérias dificuldades financeiras e esses conselheiros, todos bem posicionados no mercado empresarial, têm bancado a contratação de jogadores (como Arouca) e até o pagamento de salários. Em troca, ganharam o direito de comprar parte do craque por R$ 3,5 milhões.
A multa contratual de Neymar está fixada em R$ 100,8 milhões e 5% desse valor equivale a R$ 5,04 milhões. Ou seja, houve um desconto para a Teisa. A justificativa dada pelo presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, é que os R$ 3,5 milhões se referem a 5% de 30 milhões de euros, que é o valor de mercado do jogador, confirme avaliação de três agentes consultados pelo clube.
- Não houve nada lesivo ao Santos. Um grupo de torcedores do Santos adquiriu esses 5%, por valores de mercado, e o jogador permanece no clube normalmente - afirmou o dirigente, que passou a manhã desta quinta-feira em reuniões.
Após essas reuniões, o mandatário publicou no site oficial do clube uma nota, reiterando que a negociação é legítima e que só com o apoio da Teisa é que o clube pode se reforçar para a Taça Libertadores.
- Os recursos arrecadados com o repasse de porcentagens minoritárias de atletas à Teísa permitem ao Santos manter seus compromissos financeiros e montar um time competitivo para 2011, o que já começou a ser desenhado com a contratação do atleta Elano. Sem esta verba, ainda que a atual gestão tenha ampliado significativamente as fontes de receitas, o Clube não teria condições de realizar grandes aquisições - explica o dirigente.
O dirigente também afirma que as pessoas que adquiriram parte do Neymar são torcedores santistas que ajudam o clube e que não querem auferir lucros imediatamente. Além disso, o dirigente afirma que o grupo de investimentos DIS, que detém 40% dos direitos do atleta, foi consultado antes da negociação. A questão é que esse tipo de negociação é semelhante ao que o ex-presidente do clube, Marcelo Teixeira, fazia com o DIS: vendendo pequenas partes de jogadores para arrecadar dinheiro. Essa estratégia sempre foi combatida pela atual gestão.
Sobre esse assunto, Luis Alvaro responde o seguinte:
- Ao contrário das negociaçõees realizadas pela gestão anterior, a criação e a relação da Teisa com o Santos foi amplamente discutida com o Conselho Deliberativo do clube.
No caso de Neymar, o Santos vendeu uma parte. Já no que se refere a Arouca, o Grupo Teisa bancou R$ 1,7 milhões dos R$ 8 milhões pagos pelo Peixe ao São Paulo.
O pai de Neymar, Neymar da Silva Santos, afirma que, pelo lado do jogador, nada muda. A família do atleta vendeu os 40% que detinham do jogador ao DIS.
- Isso só mostra que o Santos tem interesse em manter o Neymar, que tem um projeto de longo prazo. Sobre a divisão dos direitos, para a gente não faz diferença.
Fonte: Globo Esporte |