Após o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidir cassar a liminar que obrigava o grupo DIS a devolver ao Peixe a porcentagem do passe dos direitos federativos de alguns jogadores da equipe da Baixada Santista, o advogado da empresa, Roberto Moreno, defendeu o cliente e lamentou a atitude do Santos de considerar o DIS oportunista. Entre os jogadores envolvidos na parceria entre o clube e o investidor, firmada na gestão de Marcelo Teixeira, está o meia Paulo Henrique Ganso, além de Wesley, negociado com o Werder Bremen (ALE), e André, que foi vendido para Dínamo de Kiev (UCR). Os outros atletas são: Diego Faria Anderson Planta, Tiago Luís, e Breitner.
- Eu não falo nem que houve rompimento com o Santos, é que essa diretoria atual saiu fazendo caças às bruxas do antigo presidente Marcelo. Ele não tem nenhuma ligação conosco. A atual diretoria está questionando todos os contratos que já estavam no clube. Não estamos querendo forçar a venda de ninguém. Não queremos criar problemas. Na hora que o Santos recebeu vender o André, nós concordamos e pior, ainda não recebemos nem um centavo por isso - justificou o advogado, em entrevista à "Rádio Globo".
No caso de Ganso, com a decisão da Justiça, o Peixe volta a ter somente 45% dos direitos federativos do atleta. Outros 45% são do DIS e 10% pertencem ao jogador. Anteriormente, o Peixe tinha 70%, o DIS possuía 20% e o atleta 10%. Roberto Moreno diz que os donos do DIS aceitam uma reaproximação com a diretoria atual do Peixe, e lamenta que estes tenham sido chamados de oportunistas por conta de toda a história. E lembra que o DIS também teve perdas com parcerias de jogadores que não deram certo no clube.
- As minhas portas estão escancaradas, sempre estou à disposição do Santos. Os dois proprietários são santistas roxos, é claro que temos interesses em voltar uma aproximação. Eles foram chamados de oportunistas pelos dirigentes do Santos. Compramos os garotos quando eles tinham 16 anos, o Paulo Henrique nem era aproveitado pelo Santos, queria encerrar a carreira. Agora que o jogador deu certo eles vêm falar em oportunismo? Não temos culpa de que os jogadores se valorizaram. E os que fizemos a parceria e não deram certo? Só é parceiro quando dá certo? A parceria precisa ser boa para os dois. O que o Santos quer fazer não é legal e nem moral. Outros jogadores que fizemos parceria com o Santos não deram certo, como o Kleber (lateral que está no Inter e, o Bolaños (equatoriano que veio da LDU) - acrescentou.
ENTENDA O CASO
No último biênio da gestão do ex-presidente do clube, Marcelo Teixeira, o Grupo DIS comprou um lote de partes dos direitos dos atletas citados acima por € 1,25 milhão (R$ 2,9 milhões). Esse valor foi contestado pela atual diretoria, que assumiu o comando do clube no início de 2010. Logo de cara, a Comissão Fiscal entendeu que o Peixe havia sido lesado. De acordo com o parecer da Comissão, a multa contratual desses atletas, na época, girava em torno de 185 milhões de euros (R$ 431 milhões). Ou seja, 25% proporcionais da aquisição representariam 46,2 milhões de euros (R$ 107,7 milhões). A empresa adquiriu 25% dos direitos pagando, na verdade, pouco mais de 2% sobre o que eles valem, de acordo com a análise do órgão que fiscaliza as contas do clube. Em primeira instância, o Peixe havia vencido, o que obrigava o DIS a repassar a diferença dos valores. Agora, como a liminar foi cassada, a negociação feita com Teixeira volta a ter validade.
Fonte: Globo Esporte |