Ao longo de mais de 80 anos de prática esportiva, enfrentou diversos oponentes de renome, e invariavelmente maiores que ele, para provar que sua técnica estaria acima da força bruta.
Aos 16 anos, com a saúde debilitada e com físico pouco avantajado (pesava cerca de 62kg), Helio foi impedido de treinar com seus irmãos. Mesmo assim, passou a assistir às aulas de Carlos, seu irmão mais velho, todos os dias, criando um estilo próprio de lutar, adaptando os princípios básicos do jiu-jítsu para que qualquer pessoa pudesse praticá-lo.
Uma de suas lutas mais famosas aconteceu no Maracanãzinho, em 1955, contra o japonês Masahiko Kimura, um dos maiores nomes das artes marciais daquele país em todos os tempos. O combate durou 3h45m e foi gravado em vídeo, sendo a luta mais longa já registrada. Mesmo tendo perdido a luta por uma chave de braço, Gracie, que pesava 63 kg contra os 100kg do japonês, revelou que chegou a ficar inconsciente durante o combate, mas recuperou-se e continou lutando até ter seu braço quebrado pelo oponente, o que forçou o seu córner a jogar a toalha, encerrando a disputa.
Combates contra seu ex-aluno, Valdemar Santana (que durou quase quatro horas), e contra o judoca Kano, do Japão (duas vezes - uma no Maracanãzinho e outra no Ibirapuera, em São Paulo), e desafios aos então campeões mundiais de boxe Primo Carnera, Ezzard Charles e Joe Louis (todos recusados) fizeram a fama de Helio no mundo e o transformaram um um ícone no Brasil.
Segundo o site da revista "Gracie Magazine", Helio Gracie não queria que os filhos lamentassem sua morte. Na comemoração pelos seus 95 anos, em 2008, Helio teria declarado que, quando morresse, gostaria que os filhos fizessem uma festa, sem bebidas ou excessos.
Fonte: Globo Esporte
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