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Em meio a atraso de partidas, jogos sem juízes e disputas próximas do amadorismo, deu a lógica em Piracicaba. São Caetano do Sul, cidade que mais investiu na contratação de estrelas do esporte brasileiro, sacramentou a vitória nos Jogos Abertos do Interior com extrema facilidade. Desta forma, obteve o pentacampeonato e o 11º título dos últimos 12 anos do torneio estadual, encerrado neste sábado à tarde.
Entre os protagonistas da campanha de São Caetano, estavam 22 atletas olímpicos como Fabiana Murer, Natália Falavigna e Edinanci Silva, que venceram em suas modalidades sem grandes dificuldades. Na verdade, muitas vezes o principal adversário era mesmo a falta de organização do evento.
Um exemplo foi a primeira partida de vôlei feminino entre São Caetano/Blausiegel, de Sheilla, Mari e Fofão, e o Osasco/Finasa, de Paula Pequeno. Inicialmente marcado para as 20h, o jogo começou às 22h30 e só terminou próximo de 1h da manhã. Por se tratar de um dia de semana (quinta-feira), as arquibancadas ficaram vazias antes do fim do duelo, poucas horas depois de estarem sem nenhum espaço livre.
Ainda assim, as estrelas de São Caetano não fizeram feio e justificaram o alto investimento realizado sobre elas. Segundo o Secretário de Esportes e Turismo da cidade, Mauro Checkin, o município investiu um total de R$ 20 milhões no esporte para toda a temporada, além de contar com parceiros em algumas modalidades, como no vôlei e no atletismo.
"O empenho da moçada foi muito bom. Acredito que o nosso diferencial foi ter investido para o ano todo e não apenas para os Jogos Abertos, que serviram como um complemento do ano. Muitas cidades fazem contratações apenas para os Jogos e isso não adianta para chegar aqui e ganhar o primeiro lugar", comentou Checkin.
Vale ressaltar que nem todos os contratados de São Caetano defenderam efetivamente a cidade ao longo da temporada. Foi o caso do tênis masculino, que contou com Thiago Alves, Franco Ferreiro e Flávio Saretta, campeões do torneio após disputas acirradas contra Piracicaba e Jundiaí em quadras sem árbitros ou juízes de linha.
Os próprios jogadores admitiram que só confirmaram presença no evento, pois a temporada do tênis já havia se encerrado e porque o pagamento foi alto. "Estou de férias há três semanas e vim aqui para jogar e ganhar uma grana. Você acaba disputando uns dois ou três jogos e recebe um pagamento legal", afirmou Saretta, sem revelar a quantia exata do seu salário.
Ao mesmo tempo que São Caetano atendeu às expectativas, seus principais adversários decepcionaram. São Bernardo do Campo, vice-campeã das duas últimas edições teve um desempenho aquém do esperado, que deixou o município longe da briga pelo primeiro lugar geral. Uma delas foi no vôlei masculino, com vitória de Suzano sobre o time do líbero Escadinha.
"As coisas não deram certo para nós. Nem tudo acontece da forma como planejamos. Tivemos uma boa estrutura e uma boa preparação, mas às vezes os resultados não vêm, não só no vôlei como em todos os esportes", lamentou Serginho após ser derrotado na final do vôlei e ver São Caetano mais longe na liderança da tabela geral.
Santos foi outra cidade com desempenho abaixo do esperado nos Jogos Abertos do Interior. Maior campeã da história do campeonato, com 25 títulos, a cidade amarga o quinto lugar, com apenas 191 pontos. Próxima a sediar a competição, a cidade apostou em contratar poucos atletas olímpicos, como o nadador Kaio Márcio e a judoca Andressa Fernandes, que não deixaram o grupo da Baixada nas primeiras posições.
O ano de 2008 ainda marcou o início do sistema de primeira e segunda divisão, que propiciou a entrada de um total de 233 cidades na competição (sendo apenas 12 da primeira). Até esta manhã, Suzano liderava a disputa paralela, com 141 pontos, com Mogi das Cruzes logo atrás (134 pontos).
Fonte: UOL ESPORTES
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