Revoltado com as frequentes ações judiciais movidas por Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, o atual mandatário, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro resolveu desabafar, e ressaltar os problemas de conhecimento geral criados pela antiga gestão.

Em entrevista ao jornal A Tribuna, foram feitas críticas à maneira de gerir o clube do ex-presidente. Tudo por vingança, já que segundo Luis Alvaro, a palavra de Marcelo Teixeira não foi cumprida.

“Nós tínhamos confiado na palavra do presidente, com quem eu falei por telefone. Ele sempre dizia que o dinheiro devido à sua família não era problema. Não era necessário para a sobrevivência deles; os interesses do Santos estavam acima de tudo”, destacou Luis Alvaro.

A revolta tem como origem às novas ações de Teixeira, que culminaram em penhora da Vila Belmiro e do CT da base, o Meninos da Vila. O ex-presidente cobra o ressarcimento de empréstimos pessoais efetuados enquanto à frente do Santos.

“Nós queríamos entender como é que essa dívida se deu. E porque ela aconteceu. Isso gerava um processo de investigação que levava algum tempo”, disse o atual presidente santista.

Luis Alvaro lamentou a “herança” deixada por Marcelo Teixeira com uma dívida de cerca de R$ 71 milhões, sendo a maior parte dela (cerca de R$ 58 milhões) contraídas através de empréstimos.

As dívidas já haviam sido expostas pelo relatório da Comissão Fiscal do Santos no início do ano. No entanto, em um acordo de paz traçado com Teixeira, Luis Alvaro preferiu se manter calado sobre o tema. A vingança veio sem ofensas, mas de maneira indireta o ex-presidente foi chamado de incompetente.

“Em qualquer atividade econômica, de uma banca de camelô a uma quitanda de bairro ou uma grande multinacional, ou mesmo na vida pessoal, quem gasta mais do que ganha quebra. E o Santos vinha fazendo isso”, comentou.

Nas diversas críticas feitas por Luis Alavaro sobraram inclusive lembranças do rendimento santista nas temporadas 2008 e 2009, que representam o último mandato de Marcelo Teixeira à frente do Santos.

“Em 2008 fomos salvos do rebaixamento por um gol marcado por um atleta, (Quiñonez) colocado por investidor, chutando a bola desastradamente na direção da bandeira de escanteio. Ela resvalou no Gustavo Nery, que tinha sido revelado pelo Santos, entrou no gol, e nos livrou da Série B”, disse.

“E no ano passado até as duas últimas rodadas éramos candidatos ao rebaixamento. E tínhamos trazidos jogadores da Seleção Brasileira, com o Emerson, por exemplo, em fase de ocaso de sua carreira. Enquanto isso, Neymar e Paulo Henrique eram considerados despreparados para assumir a titularidade do Santos. Um era alcunhado pelo então treinador (Vanderlei Luxemburgo) de filé de borboleta. O outro era considerado lento para o ritmo do Santos, ditado por Emerson, talvez mais capacitado fisicamente...”, terminou o discurso de maneira irônica.

Fonte: Uol Esporte