Os primeiros cem dias após os dez anos da era Marcelo Teixeira já causaram grandes mudanças na cara do Santos. De um time quase sem destaque, mesmo quando disputava títulos, o Santos é a sensação de 2010, não só pelo desempenho em campo. Mas uma bandeira da campanha do então candidato Luis Álvaro Ribeiro, a transparência, está por ora abandonada.

As grandes realizações da gestão foram a contratação do técnico Dorival Júnior, que transformou as promessas Paulo Henrique e Neymar em estrelas de primeira grandeza e a do atacante Robinho, por R$ 1 milhão por mês.

O marketing do clube, que sempre foi muito tímido, tornou-se muito mais agressivo e obteve contratos recordes.

O clube, que não tinha grande visibilidade mesmo quando disputava títulos, transformou-se na vedete do país em menos de três meses. Na esfera política, está em gestação uma reforma do estatuto. Depois dela, a promessa é conseguir o esperado fundo de investimentos.

Sigilo
Mas se as realizações são muitas, as informações são poucas.

O clube não explica, por exemplo, quem pago o direito de imagem de Robinho – patrocinadores não são, uma vez que o clube ainda precisa encontrar pelo menos dois.

Tampouco dá-se informação sobre o caso Rodrigo Tabata. O empréstimo a um time turco virou venda e o Santos não recebeu nada. O fato é da gestão anterior, mas esta pôs uma pedra no assunto – quebrando a promessa de ir até a Fifa para receber o dinheiro.

Até para falar da gestão anterior, esta diretoria desconversa. Em dezembro de 2009, quando surgiu a informação de que a dívida do clube beiraria R$ 200 milhões, Ribeiro repudiou-a, dizendo que no valor “nem de longe” era esse. O número encontrado pela comissão fiscal foi de R$ 177 milhões.

A confidencialidade é tamanha que até aliados o criticam por isso. A má estratégia gerou o impensável. O ex-presidente Marcelo Teixeira, que quase nunca deu satisfação dos seus atos – só mudou um pouco no último ano –, empunhou a bandeira da transparência.

Fonte: Lancenet