| Depois de quase um mês parado, Muricy Ramalho voltou a comandar um treino. Na   tarde desta quinta-feira, o treinador fez o seu primeiro trabalho à frente do   Santos, visando a partida deste domingo, contra o Americana, pelo Campeonato   Paulista. Na sequência, foi até a sala de imprensa, acompanhado do presidente do   clube, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, para a apresentação oficial. - Escolhi o Santos porque sei que aqui eu tenho possibilidade de vencer. É   disso que eu vivo. Acho que escolhi certo - disse Muricy. O vínculo do treinador com o clube vai até abril do próximo ano, com   possibilidade de ser renovado por mais uma temporada. Numa entrevista coletiva tranquila, o treinador brincou com a questão do "DNA   santista", que é sempre alardeada pelo presidente alvinegro, Luis Alvaro de   Oliveira Ribeiro: o Peixe joga bonito e para frente. Ao ser questionado sobre o   qual seria o seu DNA, Muricy foi curto e grosso. - Meu DNA é ganhar, meu filho (risos). Não tem essa. Se eu não ganhar, vocês   me cornetam e o presidente me manda embora. Papo com garotos
 O treinador afirmou que vai ter conversas com as duas maiores estrelas da   equipe: Neymar e Paulo Henrique Ganso. Ele está preocupado com o estado   emocional dos garotos. Neymar foi expulso contra o Colo Colo-CHI, na última   quarta-feira, na Vila Belmiro, por absoluta falta de conhecimento da regra: já   tinha o cartão amarelo e, ao marcar o terceiro gol da vitória por 3 a 2, colocou   uma máscara para comemorar. Como isso não é permitido, levou o segundo amarelo   e, consequentemente, acabou expulso. - São garotos e oscilam. O Santos é um time que joga futebol diferenciado, do   improviso e molesta o adversário. Tem de se acostumar que vai ser como contra o   Colo Colo: um jogo duro. Eles têm de estar preparados. No dia a dia, vamos   melhorar o lado emocional. Já o meia Ganso, além de ter demonstrado nervosismo durante esse jogo, também   vive momento conturbado fora de campo, com problemas de relacionamento da   diretoria, com quem ainda não chegou a um acordo sobre sua renovação.
 -   Vou conversar com o Ganso, sim. Tem de deixar os empresários dele cuidarem de   negociação. Ele precisa se concentrar em treinar e jogar. A diretoria está   fazendo o possível para manter jogador. Como técnico, é o que eu posso fazer.   Mas temos de entender que o jogador escolhe onde vai jogar.
 Elenco de qualidade Muricy concedeu sua primeira entrevista coletiva como técnico do Santos logo   após o primeiro contato mais próximo com os jogadores. O treinador se mostrou   animado com a qualidade da equipe e disse que, por enquanto, ainda não vai   tratar de reforços. - É como eu pensava. Um elenco muito forte, que oscilou um pouquinho porque é   jovem, mas já está se recuperando. Mais perto do Brasileiro, vamos sentar e ver   questão de contratos, quem pode sair, chegar. Mas, agora, vamos pensar no   Paulista e na Libertadores. Estrutura
 Quando pediu demissão do Fluminense, Muricy citou como um dos motivos para   sua decisão a falta de estrutura do clube tricolor. Em sua chegada ao Peixe, ele   se mostrou contente com o que encontrou no CT Rei Pelé. Negou que seja uma   pessoa que exija demais, mas faz questão do "mínimo necessário". - Não sou como as pessoas pensam. Não sou de cobrar muito, não exijo muitas   coisas. Mas o mínimo tem de ter. É preciso melhorar o atleta. Conheci a   estrutura daqui ontem (na última quarta-feira). É muito bem feito, alimentação   perfeita. Isso é importante para o clube, porque, assim, pode manter um Neymar,   um Ganso, ter o Elano de volta. Alguns (dirigentes) entendem isso e vão para   frente. Outros, não. Fonte: Globo Esporte |