Um é canhoto e o outro, destro. Nem mesmo os apelidos são parecidos, La Pulga e Joia. Porém, quando jogam, o deslumbramento leva a perguntas como: quem lembra Maradona? Quem lembra Pelé? Se as comparações são ousadas, imagine só o futebol de Lionel Messi e Neymar, tão diferentes, tão iguais...

O atacante argentino vive um momento único na carreira, ostenta o rótulo e o título de melhor jogador do mundo. Alguns já perguntam: é impossível pará-lo? É impossível superá-lo? Não para Neymar.

Uma atuação de gala na vitória por 8 a 1 contra o Guarani, pela Copa do Brasil, com direito a cinco gols, gerou verdadeira comoção para vê-lo com a camisa amarelinha.
E os números do santista são afronta até mesmo para o craque argentino. Com apenas 18 anos, marcou 19 gols nesta temporada, em 21 partidas, uma média de 0,9 por jogo.

Messi, com 18 anos, não passou nem perto disso. Fez 33 jogos na temporada 2006/2007 e anotou 17 gols, média de 0,51. O alicerce dele: os títulos da Liga dos Campeões da Europa e do Campeonato Espanhol, ao longo daquela temporada.

Conquistas, aliás, não foram poucas. Na própria seleção da Argentina, apesar das críticas pelo futebol apagado, ganhou o Mundial Sub-20, além da medalha de ouro na Olimpíada de Pequim, em 2008.

Até então, apesar da jovialidade, a Joia fracassou feio com a Seleção no Mundial Sub-17, em 2009.

Para crescer, Neymar conta com o apoio de Robinho, antiga inspiração dele na base do Peixe, ídolo e até mesmo espelho. Hoje, um companheiro dentro e fora de campo.
Situação parecida com a de Messi, que teve em Ronaldinho Gaúcho a inspiração para também evoluir. La Pulga sempre foi o queridinho dos brasileiros. Hoje, é Messi!

squemas táticos parecidos, o famoso 4-3-3, também familiarizam ainda mais os craques, além de Santos e Barcelona, que têm um meio de campo formado por jogadores de extrema técnica: Yayá Touré (ou Keita), Iniesta e Xavi. No Peixe, com Arouca, Marquinhos e o toque refinado de Paulo Henrique Ganso.

Contudo, eles ainda não têm previsão para o tão sonhado encontro. Deverão ser rivais, Brasil x Argentina, Barcelona x Real Madrid? De certo, será um momento único. Sem comparações, Neymessi vem aí!

Carlos Carpaneto
Repórter do Diário ‘Olé’, da Argentina

A comparação ainda é descabida

A comparação com Messi é um tanto descabida neste momento. O jornal espanhol “Marca”, que começou essa comparação, dizendo que o Real Madrid estaria seguindo de perto “El Messi Brasileño” e tentaria contratá-lo, me parece, apenas, uma maneira de desviar o foco das atenções – neste momento, totalmente voltadas ao Barcelona e a Messi.

É claro, no entanto, que Neymar é um excelente jogador, com grandes perspectivas futuras. Mas ainda é muito cedo para falar sobre ele, principalmente compará-lo a Messi, que já conquistou títulos na seleção de base da argentina e ganhou tudo com o Barcelona.

Por enquanto, vejo Neymar como mais um jogador brasileiro promissor. De muito talento, evidentemente. Assim como aconteceu com Kerlon, ex-Cruzeiro, que não deu certo na Inter de Milão, e Alexandre Pato, hoje no Milan, esse um craque.

Fonte: Lancenet