No comando da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira conquistou o tetracampeonato diante da Itália em 1994 e sucumbiu contra a França nas quartas de final em 2006. De férias após comandar o país-sede na África do Sul, ele aprova Mano Menezes e vê Neymar como a grande aposta para 2014.
"O Mano está fazendo o que tinha que ser feito, o que era uma exigência da torcida. Para a Copa de 2014, temos que ter um time mais jovem, jogadores mais talentosos e resgatando o futebol brasileiro. Ele trouxe jovens com qualidade, que vão ter que crescer e ganhar maturidade até o Mundial", afirmou.
Amplamente criticado durante a Copa do Mundo da África do Sul, Dunga caiu após perder da Holanda nas quartas de final. Desde que trocou o Corinthians pela seleção brasileira, Mano Menezes conta com a boa vontade da mídia e dos torcedores, algo que Parreira considera natural.
"Quando você entra, sempre tem o carinho da opinião pública. O começo sempre é favorável, de lua de mel. Eu fui o anti-Lazaroni, o Dunga foi anti-Parreira e o Mano é o anti-Dunga. O Mano começou de maneira muito tranquilia e equilibrada, como ele é", raciocinou o treinador.
Por outro lado, Parreira lembrou que uma boa campanha até a Copa do Mundo não é garantia de sucesso e citou a própria seleção brasileira como exemplo, já que o time canarinho venceu as últimas duas edições da Copa América e da Copa das Confederações.
"O começo está sendo bom e a travessia vai ser tranquila, mas o fundamental é a chegada. Aconteceu comigo e com o Dunga: ganhamos a Copa das Confederações e a Copa América, vencemos seleções como Argentina e a Alemanha, mas não ganhamos a Copa do Mundo", disse Parreira.
Ao aconselhar Mano, ele usou o próprio trabalho como exemplo para pedir coerência e serenidade diante das pressões durante a campanha. O técnico deve mudar de caminho somente em casos excepcionais, diz Parreira, que convocou Romário apenas no último jogo das Eliminatórias para a Copa de 1994.
"Precisa de uma linha bem traçada, com metas bem definidas e planejamento. O técnico tem que tentar cumprir o projeto até onde for possível e só mudar se houver necessidade extrema. Aconteceu comigo em 1994. Os brutamontes Mauro Silva e Dunga não podem jogar? Eles arrumaram o time e a gente não mudou, mesmo com toda pressão", disse.
Responsável por convocar o atacante Ronaldo, então com 17 anos, para a Copa do Mundo de 1994, Carlos Alberto Parreira despeja elogios para Neymar, que voltou a ser chamado por Mano Menezes após protagonizar uma série de casos de indisciplina no Santos.
"Sem dúvida, ele é a maior expressão do talento do futebol brasileiro, é a grande revelação do Campeonato Brasileiro. O Neymar é um grande jogador e tem que apostar tudo nele para a Copa do Mundo. É um jogador diferenciado", elogiou Parreira, que elogiou o Santos por manter o jovem no Brasil.
Fonte: Gazeta Esportiva
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