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O custo acaba sendo menor, pois o Peixe recebe os atletas já em fase final de formação, e o retorno é alto, pois o clube estabelece contratos longos, paga bons salários e, assim, estabelece multas milionárias.
Além de trazer jogadores de clubes do interior, como Wellington Tindurim, que chegou do Paulista, de Jundiaí, com o aval de Pelé, o Peixe contratou jogadores de seus principais rivais: O atacante Nikão, de 16 anos, veio do Palmeiras, o meia Elivélton, de 17, saiu do Corinthians. Já o zagueiro Paulo Henrique, de 16 anos, veio do São Paulo. A maioria chega para os times de base. Dois deles, o zagueiro Eli Sabiá, de 20 anos, e o volante Alan, de 18, vieram direto ao time principal.
A busca é contínua e, nesta semana, o clube está fechando as contratações do volante Sacha, capitão do Corinthians na Taça São Paulo de Futebol Júnior desde ano, e do lateral-direito Crystian Carvalho, do Vila Nova-GO e da seleção brasileira sub-17. Ambos irão reforçar, por enquanto, o time sub-20.
Há rivais acusam o Peixe de aliciamento, mas o diretor de futebol do Santos, Adílson Durante Filho, explica que tudo o que o Alvinegro faz é se manter atento.
- Hoje em dia, existe um mercado na base. Os jogadores têm empresários, têm contratos normais e estão abertos a negociações. Tanto que tem jogador com 16, 17 anos que já passou por vários clubes. Isso não acontece porque ele é dispensado, mas porque tem propostas melhores - explica.
Salários altos
Durante afirma que os jogadores optam pelo Peixe pela tradição que o clube tem em formar jogadores de sucesso e pela boa estrutura que mantém para a base. Mas não é só isso. Existe o fator financeiro. Alguns garotos que ainda estão nos times sub-15, sub-17 e sub-20 recebem salários de profissionais.
- Para trazer um jogador de 14, 15 anos, muitas vezes de longe, é preciso dar uma estrutura. Ele vem com o pai e mãe, que, normalmente, têm de largar seus empregos para ficarem com o filho. Então, temos de gastar mais. Não estamos trazendo só o menino, mas toda a sua estrutura familiar. Não adianta jogar o atleta dentro de um alojamento e deixá-lo lá. Ele não vai render nada - comenta o dirigente.
O clube banca apartamento, escola para os garotos e paga uma ajuda de custo que garante o conforto da família. Além disso, o salário alto serve para que estabeleça multas rescisórias elevadas.
- Se você tem um jogador na base de muito talento e ele tem salário baixo, automaticamente a multa será baixa. Então, qualquer um vem e leva o jogador - explica o diretor de futebol santista.
Todo esse investimento, segundo o dirigente, vale à pena. Como sempre, o exemplo é a geração de Robinho, Diego, Renato, Elano, entre outros, que renderam cerca de R$ 180 milhões ao clube.
- E continuam rendendo. Como clube formador, o Santos está para receber R$ 2,2 milhões pela venda do Diego (do Werder Bremen-ALE para a Juventus-ITA). Por isso, eu acho que não é despesa. É investimento - conclui.
GAROTOS CONTRATADOS PELO PEIXE EM 2009 |
Jogador |
Posição |
Categoria |
De onde veio |
Nikão |
Atacante |
sub-20 |
Palmeiras |
Elivelton |
Meia |
sub-17 |
Corinthians |
Tindurim |
Atacante |
sub-20 |
Paulista |
Wagner |
Zagueiro |
sub-20 |
XV de Jaú |
Henrique |
Zagueiro |
sub-17 |
São Paulo |
Esquerdinha |
Meia |
sub-17 |
Fluminense |
Rafael Caldeira |
Zagueiro |
sub-20 |
Marília |
Alan |
Volante |
Principal |
Vitória |
Eli Sabiá |
Zagueiro |
Principal |
Paulista |
Geuvânio |
Atacante |
sub-17 |
Litoral FC |
Capriotti |
Atacante |
sub-20 |
Litoral FC |
Fonte: Globo Esporte |