Peixe tem por hábito revelar grandes jogadores. Maioria, porém, joga do meio para frente. Grandalhão do sub-20 tenta mudar um pouco a tradição

Revelar jogadores de talento faz parte da história do Santos. Nos últimos anos, a sina se confirmou com Robinho, Diego, Neymar, Paulo Henrique Ganso, entre outros. Todos jogadores criativos, que jogam do meio para frente. No entanto, a mais recente safra alvinegra mostra que o Peixe também está formando bons jogadores de defesa. O lateral-direito titular da seleção sub-17, Crystian, é santista. Agora, a seleção sub-20 também tem um defensor formado na Vila Belmiro: Rafael Caldeira.
Convocado na semana passada pelo técnico Rogério Lourenço para disputar o Torneio de

Seleções, em Punta del Este (Uruguai), entre 6 e 12 de janeiro, Caldeira é titular santista, disputará a Taça São Paulo de Futebol Júnior, e espera ser promovido ao time principal logo.

- Meus planos para 2010 são: abrir espaço na seleção brasileira, jogar bem a Taça São Paulo e, depois, subir para o time principal do Santos. Já pude ser relacionado para alguns jogos do Campeonato Brasileiro, mas dessa vez quero me firmar – conta o jogador.

Rafael chama a atenção pela altura. Com apenas 18 anos, ele já mede 1,91m. Não é por acaso que seu forte é o jogo aéreo. Ele conta que sempre foi mais alto que os garotos de sua idade, mas nada muito exagerado. Até que veio o estirão da adolescência, que fez com que ele mudasse até de posição. No início, quando jogava futebol de salão em Monte Alto, interior de São Paulo, sua cidade natal, Rafael era atacante.

- Comecei no salão com dez anos. Já era alto e jogava de pivô. Quando eu comecei a crescer de vez e virei esse bambu, o técnico me falou que, por causa do meu tamanho, eu deveria tentar ser zagueiro no futebol de campo. Conversei com o meu pai e ele concordou – lembra o garoto. 

Rafael, então, foi jogar nas categorias de base o Marília, em 2005, com 15 anos. Foi tão bem que, aos 17, no início deste ano, disputou o Paulistão, como titular. Em seguida, foi negociado com o Santos.

- Como tinha mais dois anos de categoria júnior, fiquei na base do Santos, mas sempre pensando em subir. Disputei torneios importantes, como a Taça Belo Horizonte e o Brasileirão sub-20. Agora, veio a seleção brasileira – comemora.

Lúcio é o modelo

Rafael Caldeia é destro, gosta de jogar mais na sobra, mas não perde a oportunidade de ir à frente em jogadas de bola parada.

- Pela minha altura, eu sempre subo quando há um escanteio – comenta o jogador, que, de vez em quando, faz gols.

Desde cedo, o jovem zagueiro santista se identificou com o futebol apresentado por Lúcio, capitão da seleção brasileira. É o tipo de jogador que Rafael sonha ser.

- Sempre que assisto aos jogos da seleção, presto atenção no Lúcio. Gosto muito do estilo dele. É o meu ídolo. Espero, um dia, percorrer o mesmo caminho que ele, chegar a uma seleção principal, disputar uma Copa. Acho que é o sonho de todo garoto, né?

Fonte: Globo Esporte