O Santos viajou para Fortaleza, onde enfrenta o Ceará com uma polêmica na bagagem. A reclamação de Edu Dracena sobre excesso de individualidade no time repercutiu após derrota, por 1 a 0, para o Botafogo. A diretoria tratou de colocar logo panos quentes.
– Não foi nada demais. Ele é um jogador inteligente, mas depois de perder um jogo de “seis pontos”, é normal falar algo infeliz de cabeça quente. Já falamos com ele - disse o diretor de futebol, Pedro Luiz Nunes, à reportagem do LANCE!.
O zagueiro do Santos atendeu a reportagem e evitou o assunto.
– Isso já passou, não quero voltar a falar nisso. Algumas pessoas aumentaram o que eu disse no calor do jogo, então é melhor encerrar logo – explicou o defensor.
Ao deixar o campo, disse que os valores individuais no Santos são mais valorizados do que os coletivos e era preciso mudar isso para disputar a Tríplice Coroa.
Apesar dos holofotes voltados a Neymar e ao extinto Quarteto Santástico - com Robinho, André e Ganso -, os números mostram um time equilibrado. A Joia ainda desmonta as defesas adversárias, mas o atual time não depende só dele.
Dos 29 gols no Brasileiro, 22 saíram do jogo coletivo. Apenas seis foram feitos por Neymar. O resto foi assinalado por nove atletas.
A única deficiência coletiva dos atacantes é na marcação. Neymar, Keirrison, Zé Eduardo e Marcel, juntos, desarmaram 19 vezes, muito pouco para atrapalhar a saída de bola da defesa adversária.
Atletas que fizeram história no Peixe fazem pouco caso da polêmica. Ex-jogador e técnico do sub-20, Narciso vê um Santos equilibrado.
– O Neymar é um jogador de frente, tem qualidade, mas joga para o grupo. Todos têm o seu valor, ele só aparece um pouco mais.
Cláudio Agnello fez parte da primeira geração de Meninos da Vila, em 78, que fez história sem um jogador diferenciado, como Neymar. O ex-atleta vê exagero na crítica sobre o individualismo santista.
– Contra o Botafogo não deu certo, mas em todo time haverá alguém que se destaque. O Neymar é da Seleção e vive grande fase.
No Castelão, é hora de mostrar a força coletiva do Peixe.
Os craques de cada geração
Os grandes times da história do Santos foram liderados por jogadores acima da média. Foi Pelé nos anos 60, Giovanni em 95, Robinho em 2002 e, agora, Neymar.
Mas em 78 o Santos teve na primeira geração de Meninos da Vila um time vencedor sem um grande craque no elenco.
Cláudio Agnello esteve naquele time e, 32 anos depois, diz que o Santos deve aproveitar ao máximo seus jogadores acima da média.
– O Santos não é individualista. Cada jogador tem sua condição e, pelo futebol do Neymar, claramente ele vai se destacar mais que os outros. É uma pena para os zagueiros, mas futebol é arte e quem faz isso é o ataque (risos).
Fonte: Lancenet |