hábito antes dos treinos matutinos–frequentes porque as partidas são no mesmo período do dia nos finais de semana.
No Estádio Mansueto Pierotti, no Parque Bitaru, com capacidade para 5 mil torcedores, a média de público varia entre 700 e 800 pessoas. "Aqui todos são tratados como uma família", resumiu o comandante. É o mesmo jeito de lidar com os 17 funcionários de sua gráfica em Santos, da qual é dono há nove anos. À frente de times profissionais, no entanto, é a primeira experiência. Acumulou troféus na várzea da região nas últimas duas décadas.
"Como jogador, fui um meia de mediano para fraco", afirmou.
Este momento de sinceridade de Vidal não foi o único. Houve um maior. "Se eu fosse o presidente, não teria me contratado no início do ano", disse, referindo-se à corajosa iniciativa de Edivaldo Luiz Batista. "Só o chamei porque conhecia o trabalho dele", justificou o mandatário, um dos sócios proprietários de auto-escola em SãoVicente e que permanecerá no clube até 2012.
DESPESAS
A dupla corre para obter recursos. Vidal chega a adiantar salários quando necessário – no que é devidamente reembolsado– e Edivaldo até fez empréstimos pessoais para saldar compromissos. As despesas vão de R$ 45 mil a R$ 50 mil.
Parceiros estão sendo buscados. A Prefeitura paga R$18 mil de aluguel ao clube por utilizar as instalações paraas escolinhas de futebol de campo, ginástica, caratê e judô. Não ajuda mais porque o orçamento é baixo e a prioridade é o esporte como ferramenta social. "Agora, as viagens serão mais longas e as partidas, às quartas e domingos. Aviso que se viajarmos nos dias dos jogos não teremos qualquer chance de irmos adiante pelo cansaço geral".
De novo aparece a sinceridade do treinador, que distribui bombons aos atletas antes das partidas ("É fonte de energia") e usa terno em alguns duelos, o que se repetirá na segunda fase do Paulista da Segunda Divisão. "Cheguei a fazer isso em algumas finais da várzea", lembrou.
O café da manhã acaba. Vinte e oito daqueles atletas que terminavam a refeição foram trazidos por Vidal e por Balu, o gerente de futebol, depois de pré-avaliações cheias de garotos ávidos por uma chance e caçadas incessantes no município e nos vizinhos. "Nunca me senti tão em casa quanto aqui. Afinal, sou vicentino. É uma autêntica família", afirma Balu. E todos os integrantes aguardam o banquete final.
Fonte: Jornal A Tribuna |