|

As quatro atletas da equipe de Futebol Feminino do Santos Futebol Clube (Érika, Ester, Francielle e Maurine) medalhistas de prata pela Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim (China) conquistaram muitos fãs após a brilhante atuação nos gramados chineses. Uma delas foi Jéssica Fidelis de Souza, que é portadora de distrofia muscular progressiva (doença degenerativa rara). A menina, de 14 anos, acompanhou todos os jogos do Brasil e nutria o sonho de conhecer as atletas santistas. Nesta terça-feira (02), às 13 horas, um dos maiores sonhos de Jéssica será realizado. As Sereias da Vila visitarão a jovem no Hospital Guilherme Álvaro, onde Jéssica permanece internada há três anos.
A idéia da visita surgiu quando Carla da Silva Santos, estagiária e estudante do quarto ano de Enfermagem, soube da paixão da menina pelo Santos FC e pelas atletas do Futebol Feminino. Carla entrou em contato com o clube, que agendou a visita. Segundo a enfermeira, Jéssica é uma menina muito alegre, inteligente, espontânea e que adora conversar. “Ela tem acesso a internet, Orkut e Msn, adora ver jogos de futebol e sempre acompanha as meninas do Peixe. Quando eu falei sobre a visita ela ficou toda feliz, perguntando se era mesmo verdade".
As Sereias da Vila estão muito ansiosas para realizar o sonho de uma criança tão especial. “É muito bom poder ter nosso trabalho reconhecido, principalmente pelas crianças. Nós estaremos levando nossa alegria, amor e nossas experiências para dividir com ela, que pelo visto é nossa fã número 1”, disse Érika.
O que é a Distrofia Muscular Degenerativa?
As Distrofias Musculares Progressivas (DMPs) englobam um grupo de doenças genéticas, que se caracterizam por uma degeneração progressiva do tecido muscular.
Até o presente momento tem-se o conhecimento de mais de trinta (30) formas diferentes de DMP’s, algumas benignas e outras mais graves, que podem atingir crianças e adultos de ambos os sexos. Todas atacam a musculatura, mas os músculos atingidos podem ser diferentes de acordo com o tipo de DMP.
No caso de Jéssica, a enfermidade já atingiu quase todos os músculos impossibilitando-a de fazer qualquer tipo de movimento. Ela permanece em um leito da ala pediátrica do Hospital Guilherme Álvaro, e divide o quarto com mais quatro crianças. Jéssica é dependente de ventilação mecânica, ou seja, ela recebe o oxigênio através de traqueostomia.
O que é a traqueostomia?
Traqueostomia é um procedimento cirúrgico ao nível do pescoço que estabelece um orifício artificial na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências e nas intubações prolongadas. A incisão é feita entre o 2º e 3º anel traqueal. O objetivo é não prejudicar as cordas vocais do paciente ao passar o tubo de ar.
A traqueostomia é um procedimento freqüentemente realizado em pacientes necessitando de ventilação mecânica prolongada. A técnica, nestes pacientes, apresenta diversas vantagens quando comparada com o tubo orotraqueal, incluindo maior conforto do paciente, mais facilidade de remoção de secreções da árvore traqueobrônquica e manutenção segura da via aérea. O tubo orotraqueal é mais utilizado quando o paciente vai ficar pouco tempo respirando com ventilação mecânica, como em cirurgias que requerem anestesia geral. O procedimento de traqueostomia é simples. O pescoço do paciente é limpo e coberto e logo são feitas incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa da traquéia. Posteriormente, o cirurgião corta dois desses anéis e insere nesse orifício uma cânula (metálica ou plástica), que permite uma comunicação entre a traquéia e a região do pescoço.
Fonte: Santos FC. |