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A prática de artes marciais em toda região está cada vez maior entre as crianças, estimulada, principalmente, pela participação de atletas regionais em competições de repercussão internacional, como os judocas Leandro Guilheiro, Danielli Yuri e Andressa Fernandes, nas Olimpíadas de Pequim. A novidade é o Tai Chi Chuan, modalidade que até pouco tempo atrás era praticada principalmente por pessoas da terceira idade e que agora chega às crianças.
Praticante de artes marciais há 22 anos e formado em Educação Física, Luiz Umbuzeiro trabalha como professor de Tai Chi Chuan desde 2002 e dá aulas, há três meses, para crianças de 5 a 8 anos.
Luiz explica que o Tai Chi Chuan é uma arte marcial dentro do Kung Fu. “Muitas pessoas confundem o Tai Chi com Yoga. O que acontece, na verdade, é que o Kung Fu é dividido em duas linhas: externo e interno, e o Tai Chi é uma das artes marciais que fazem parte da linha do Kung Fu interno”.
Segundo o professor, o Tai Chi Chuan é importante no desenvolvimento das crianças porque trabalha valores como a disciplina e ajuda no planejamento de vida, por incentivar o praticante a prosseguir em seus objetivos até o final. Além disso, esta arte marcial ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, acalma e, principalmente, possibilita a consciência corporal.
“No início era difícil, para mim, controlar as crianças, porque elas eram muito agitadas. Agora, elas entram todas em fila, cumprimentam-se juntas e fazem a aula de forma ordenada. As crianças de hoje vivem dentro de casa vendo TV, jogando videogame e não têm noção dos limites do próprio corpo, até onde o braço alcança ou aonde a perna chega. É isso que tentamos resgatar”, garantiu Luiz.
O professor afirmou que na China é muito comum as crianças praticarem Tai Chi Chuan. E explica que a forma da modalidade ensinada por ele é diferente da que é encontrada nas praias da cidade, praticada por idosos. “O Tai Chi que eu ensino é originário das artes marciais tradicionais. É conhecido entre os outros professores como marcial desportivo, por ser voltado, também, para competições. Esse que vemos nas praias é voltado para terapia”, conclui.
Um dos alunos é Felippo Gomes Jannetti Dominguez, 8 anos. Ele conta que fez a aula experimental, gostou e pediu aos pais para fazer. E garante que não é fácil. “Depois da aula a gente fica com a perna doendo, as pessoas acham que é fácil, mas não é, não. Dói, mas é muito legal e eu não quero parar”.
Luísi Chiara Mendes é mãe de Júlia Chiara Santana, 6 anos. A garota é uma das alunas de Tai Chi Chuan, e Luísi afirma ter percebido mudanças no comportamento da filha desde que ela começou as aulas.
“Tenho observado que ela está mais tranqüila, concentrada e disciplinada. Em uma das aulas que vi pelo portão, o professor falava sobre disciplina e atenção, e achei excelente a maneira como ele tratou o assunto”, completa.
Fonte: Jornal da Orla
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