
Eles precisavam de mais chances. Após uma campanha que empolgou até mesmo os torcedores de clubes arquirrivais, essa é a constatação que explica o porquê de a terceira geração de Meninos da Vila ter obtido o seu primeiro título.
Em 2009, já com Neymar e Paulo Henrique Ganso tendo certa participação, o Peixe bateu na trave, perdendo o título estadual para um Corinthians embalado por Ronaldo.
Desta vez, porém, a dupla recebeu confiança total do técnico Dorival Júnior, que alçou ao time outros jovens de talento refinado: a muralha Felipe, o artilheiro André, o polivalente Wesley e os ainda apostas Alan Patrick e Breitner.
Somados a esse grupo de atletas com longa estrada pela frente, chegaram também representantes de outras gerações: Giovanni, ídolo alvinegro na campanha do Brasileirão de 1995, e Robinho, maior pedra preciosa lapidada da geração de 2002.
Parte de uma outra geração, até mais vitoriosa do que as três dos Meninos da Vila, Zito exalta a facilidade que o Santos tem em revelar bons valores para o futebol mundial.
– Desde Pelé e Edu, o Santos sempre gostou de fazer jogador. O clube sempre teve esse pensamento.
A lapidagem de craques, porém, não vem de uma hora para outra. Antes de estourarem neste ano, André, Ganso e Neymar passaram pelas divisões das categorias de base do clube. Preservados, foram entrando aos poucos no profissional.
– Isso foi feito acertadamente. O trabalho certo é este, de colocar os jogadores devagar. De repente, se faz o lançamento com pressa, você perde o garoto – analisou Zito, que até 2009 era diretor do futebol amador.
E a evolução deles em relação ao Estadual de 2009 é nítida. André, que entrou só uma vez naquela campanha, tornou-se artilheiro do time.
A cabeça do santista, que guarda 1978 e 2002 na memória, agora sonha com mais glórias da nova geração.
Zito, ex-jogador e diretor: "O Santos sempre primou por jovens"
"O Santos sempre primou por trabalhar com garotos. Isso começou na época de Pelé e depois Edu, buscando jovens jogadores de talento.
Isso não é sorte, é investimento. Por exemplo, para trazer um jogador de longe, vem a família inteira. E esses meninos geralmente são pobres, tem de trazer os pais e pagar o aluguel da casa, para eles sobreviverem bem.
Isso com Neymar e Ganso, de segurar antes de lançar, foi feito muito bem. Eles tiveram tempo para se acostumarem com o profissional. O trabalho certo é esse, entrando com os meninos devagar.
Se tivessem lançado esses garotos com pressa, poderiam até tê-los perdido."
Fonte: Lancenet
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