O naming rights (propriedade sobre o nome do estádio) será utilizado pela diretoria do Corinthians para quitar os gastos com o Fielzão, que será construído em Itaquera.
Pelo acordo com as Organizações Odebrecht, o departamento de marketing do clube vai vender o nome do estádio para uma empresa por um período de dez anos e, posteriormente, repassará o dinheiro à construtora que, por sua vez, pagará o empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O valor estimado da obra é de R$ 335 milhões, para um estádio com 48 mil lugares. A ideia da diretoria é custear a totalidade com a arrecadação do naming rights. Se não for possível, pelo menos R$ 240 milhões. Nesse caso, teria de desembolsar apenas R$ 95 milhões no período de dez anos (R$ 9,5 mi/ano) – valor irrisório perante à arrecadação pretendida com o Fielzão, na casa dos R$ 100 milhões.
Difícil? Sim, exemplos estrangeiros mostram isso. Impossível? Não para um clube que, neste momento, tem o sexto maior patrocínio de camisa do mundo e paga o segundo melhor salário do mundo para Ronaldo Fenômeno.
– Nem Cristo pode dizer isso. Não temos como comparar com nada. Esse valor não está definido – disse Rosenberg, que completou:
- Não estou preocupado em vender isso agora. Tenho um ano para fazer isso e mais três para começar o pagamento junto ao BNDES. – completou o diretor de marketing.
No Brasil, a prática não é nova, mas não tem exemplo bem-sucedido. Recentemente, a diretoria do Atlético-PR fez um acordo com a operadora de telefonia Kyocera, que comprou a propriedade sobre o nome da Arena da Baixada, por R$ 6 milhões/ano. Pela tradição da alcunha anterior, pouca gente chamava a moderna arena pelo nome da empresa. Para Rosenberg, fator fundamental para que o naming rights do futuro Fielzão seja valorizado pelas empresas interessadas.
– É difícil um estádio que é chamado há anos de uma forma, como Morumbi, conseguir outro nome. Se você nasceu Bernardo e é chamado assim, jamais será Leonardo. O nosso, não. É virgem, vai crescer e nascer uma belezinha – afirmou.
Não é só colocar o nome, tem de ativar
A venda do naming rights é algo para longo prazo. Os números falados pelo Corinthians parecem altos, mas não impossíveis para quem conseguiu R$ 47 milhões de patrocínio no uniforme. De toda forma, é preciso lembrar que não basta só colocar o nome, tem de fazer ativação da marca. O ideal era já estar negociado, para evitar que o nome Fielzão pegue. Sobre as receitas com o estádio, caso se concretizem, vão estabelecer um novo parâmetro no mercado brasileiro.
Fonte: Lancenet |