O estresse de grandes decisões no futebol brasileiro às vezes tem efeitos severos nos técnicos do futebol paulista. No primeiro semestre, o então comandante do São Paulo, Ricardo Gomes, passou mal por conta de uma alteração vascular. No Palmeiras, Luiz Felipe Scolari tem apresentado dificuldade para conter a irritação com árbitros e a imprensa. No Corinthians, Tite está feliz da vida com essa situação.

"É bom esse estresse. Quero passar sempre por isso. O primeiro foi quando cheguei aqui e estávamos há sete jogos sem vencer. Estávamos longe (da liderança), não era apenas um ponto de diferença, mas sim quatro atrás. Esse estresse é de poder vencer", apontou o técnico, que estreou com vitória no clássico com o Palmeiras e dissipou a tensão interna.

A pressão agora é para recuperar a liderança. Com o empate diante do Flamengo e a vitória do Fluminense sobre o Grêmio e do Cruzeiro sobre o Prudente, a diferença para a primeira posição passou a ser de três pontos. Para Tite, essa será a margem máxima na briga pelo título. "Nenhuma equipe vai conseguir se distanciar quatro pontos", afirmou. Seguindo sua tese, ele promete preparar o Corinthians psicologicamente para a reta final.

"Daqui a pouco, o time que chegar à liderança vai ser o que estiver mais preparado no conjunto, com mais peças à disposição e sem perder a coordenação. Vai vencer a equipe que suportar melhor a pressão pelo título", adiantou. A grande preocupação de Tite é não deixar o desempenho corintiano esmorecer. Ele citou o exemplo do Santos, que foi derrotado pelo Grêmio Prudente dentro de casa, de virada.

"Temos exemplos de enfrentamentos difíceis no campeonato. O Grêmio Prudente contra o Santos é o mais recente. Não dá para baixar a guarda para jogo nenhum, nem para treinamento, recuperação ou para qualquer investimento que se faça tentando se fortalecer. Quero fazer o melhor. Essa variável da competição, nós conseguimos controlar", complementou o comandante alvinegro.

Fonte: Gazeta Esportiva