O assunto pode parecer velho, mas sempre é tempo de se comentá-lo. O Fluminense é o exemplo perfeito de como um patrocinador (no caso, a Unimed) pode atrapalhar a gestão de um time.
Reportagem feita pela empresa onde eu trabalho (UOL Esporte) mostra que Muricy Ramalho é o 16º treinador que comanda o Fluminense desde 2005. O que dá uma média absurda de quase três por ano (isso porque não terminamos 2010 ainda).
E muito desta política deliberada de demitir treinadores vem da patrocinadora do time e de Celso Barros (presidente da Unimed), que interferem diretamente na gestão do futebol e não pensam duas vezes em apontar os técnicos de sua preferência.
Por esse motivo que Cuca saiu do Fluminense, o que na minha opinião foi uma tremenda injustiça. O time carioca mandou embora o treinador que simplesmente salvou a equipe do rebaixamento quando ninguém acreditava e quase a levou ao título da Copa Sul-Americana. Para piorar a situação, os jogadores admitiram publicamente que queriam contar com ele para o restante da temporada.
Longe de mim questionar a capacidade de Muricy Ramalho. Penso que ele tem tudo para dar certo no Fluminense. O que questiono é a falta de planejamento e a mania de colocar o coração no lugar da razão na hora de tomar decisões, o que faz com que o time carioca, apesar de ter dinheiro para contratar e possuir bons jogadores no seu elenco, não ter conquistado nada de relevante nos últimos anos.
Quando Muricy assumiu, lhe foi prometido um novo Centro de Treinamento, além de ter sido proposto um contrato de três anos de duração, sinal de que as coisas podem estar mudando nas Laranjeiras. Como diz o velho e surrado (porém ainda verdadeiro) dito popular: eu só acredito vendo.
Fale com o colunista: renan_prates@hotmail.com
|